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ideologia de que o Brasil poderia ser industrializado e moderno. Dessa
forma o Estado passa a investir diretamente em setores estratégicos da
economia. De acordo com Piquet (1998), o crescente desenvolvimento
industrial do Brasil nos anos 30 era extremamente dependente da
importação do aço, pois a produção interna era muito inferior à demanda
nacional. Assim, a siderurgia vai aparecer com papel fundamental para
viabilizar a construção de ferrovias e definir a base industrial do país.
Apesar de o país contar com algumas siderúrgicas antes da CSN,
estas estavam longe de suprir a demanda nacional, que importava
grandes quantidades de aço. Conforme demonstrado por Bastos (2006),
durante o período do Império, foram construídas algumas fábricas de
ferro com porte industrial, como a Real Fábrica de Ferro de Gaspar Soares,
no Morro do Pilar, e diversas fundições de pequeno porte. Mas no caso
do Brasil, a siderurgia não vai evoluir gradativamente dessas instalações,
a tecnologia para a produção em larga escala será importada.
Piquet (1998) faz um apanhado dos principais acontecimentos que
marcaram as tentativas do governo brasileiro de conseguir que a indústria
siderúrgica chegasse no Brasil. As negociações duraram anos e foram
feitas com diversos países. Por fim, o governo Vargas busca um
empréstimo do banco Eximbank ou do próprio governo americano, mas
tal empréstimo é condicionado à participação de empresas americanas no
empreendimento.
Somente em 1941 é fundada a Companhia Siderúrgica Nacional
como uma sociedade de economia mista, tendo estado-unidenses e
brasileiros em cargos de destaque. A partir daí começam os esforços para
definir a localização do empreendimento. Forma-se uma comissão para
avaliar as condições para a instalação da siderúrgica no Brasil.
A comissão estabelece uma série de critérios para a escolha da
localização da Usina, tais como a disponibilidade de matéria prima,
facilidade de transporte para que a produção pudesse ser escoada e, de