Eu sou Pombagira, Sou Mulher
Vocês querem saber sobre mim
Mas não sabem onde eu começo ou onde é o meu fim
De mim surge a Oração
E de mim surge a toda Criação
De mim parte a Luz
Da Luz parte o parto
E do parto nasce o ser
É da mulher que vem o seu viver
Sou geradora, Sou protetora
Sou predadora, Sou leoa
Sou menina, Sou mulher
Sou branca, Sou negra, Sou o que eu quiser
Me liberto do seu patriarcado
Faço o que quiser com meu corpo
Pois sei que isso não faz parte do pecado
Não fui criada para lavar ou passar
E mesmo assim você acredita que sou uma mulher para casar
Também sou aquela que não aceitou a condição de submissão
"Eu quero uma mulher que seja carne da minha carne" disse Adão, então
Quantos ventres vocês já queimaram na fogueira da inquisição
Isso tudo para ocultar o nosso poder e querer impor a sua decisão
Sou mulher e posso ser o que quiser
Não são seus conceitos que vão me fazer ser o que você quer
Desse sangue que você tem nojo
Ou do meu sutiã sem bojo
Eu aceito o meu corpo como ele é
Não vai ser você quem vai me ditar as regras, qual é?
Palavras nunca serão o suficiente
para explicar quem eu sou para uma mente doente
Da puta que sou eu tiro a roupa
Da fruta que sou tiro a polpa
Texto: Raphael PH Alves
Inspirado por Dona Rosa Caveira