UALGORITMO 1 Ualgoritmo N1 2019 | Page 33

Katherine Amorim é mestre em Ecohidrologia pela Universidade do Algarve e colaboradora do CCMAR, com experiência relevante em ecologia das fases sésseis de organismos gelatinosos. Ester Dias é doutorada pela Universidade do Porto, investigadora especialista em ecologia alimentar de organismos aquáticos e colaboradora do CCMAR / ECOREACH. predadores mais conhecidos das alforrecas. Porém, não existem em todas as zonas costeiras do planeta nem em número suficiente nos locais onde coexistem com as alforrecas. Quanto às presas, a dieta das alforrecas baseia-se principalmente em pequenos crustáceos (menores do que 1 mm) e também em ovos e larvas de peixe (metazooplâncton). Todavia, cientistas da Universidade do Algarve descobriram que a dieta das alforrecas é muito variada, facto que pode contribuir para a gelificação dos oceanos. A dieta de uma espécie de alforreca invasora A espécie Blackfordia virginica (Fig. 1) é uma alforreca não nativa que invadiu inúmeros estuários por todo o mundo. Figura 1. Fotografia de pequenas alforrecas Blackfordia virginica que serviram de modelo no estudo. Joana Cruz é assistente na Universidade do Algarve, e encontra-se a realizar doutoramento em zooplâncton da costa algarvia, inserida no grupo Ecoreach do CCMAR. Assim, esta espécie foi utilizada como modelo e sua dieta foi estudada por cientistas da Universidade do Algarve. Esta espécie foi recolhida no estuário do Guadiana, onde está estabelecida há vários anos. O conteúdo gástrico desta alforreca continha crustáceos e ovos e larvas de peixe como era de esperar (Fig. 2). Contudo, surpreendentemente, incluía igualmente organismos unicelulares (protistoplâncton) e detritos 31