Glossário
Metazooplâncton
organismos
multicelulares que
apesar de terem
movimento próprio não
conseguem contrariar
as correntes e andam à
deriva na coluna água.
Protistoplâncton
organismos
unicelulares eucariotas,
incluindo microalgas
(autotróficas) e
organismos fagotróficos
(heterotróficos,
protozoários), que
vivem à deriva no meio
aquático.
Microplástico
partículas de plástico
reduzidas (<5 mm),
que atingem o meio
aquático indiretamente
- através da degradação
de plástico de
maiores dimensões,
normalmente não
reciclável; e diretamente
- através de micro-
partículas plásticas
usadas na indústria (ex.
higiene e cosmética).
O que é a gelificação dos oceanos?
Nas últimas décadas, biólogos marinhos de todo o
mundo têm registado um aumento da abundância
de alforrecas nos oceanos, especialmente nas zonas
costeiras. A este fenómeno deu-se o nome de
gelificação dos oceanos.
As alforrecas são organismos gelatinosos, que
existem há pelo menos 500-700 milhões de anos,
estando presentes em todos os oceanos e, também,
em estuários e rios. Existem mais de 2000 espécies,
e algumas destas espécies formam colónias cujo
comprimento pode atingir 36,5 metros. Contudo,
existem também espécies cujo tamanho é inferior
a 1 cm. A maioria das espécies destes organismos
gelatinosos tem duas fases no seu ciclo de vida: a
fase de pólipo, fixa aos substratos sólidos, e a fase de
medusa ou alforreca, livre na coluna de água.
As consequências mais evidentes da gelificação dos
oceanos são a interdição de praias ou a diminuição
das capturas de peixes com interesse comercial.
Inicialmente, inúmeros estudos científicos focaram-se
sobre o impacto da predação exercida pelas alforrecas
nos recursos pesqueiros, em especial nos ovos e
larvas de peixe. No entanto, as inúmeras espécies de
alforrecas têm uma dieta muito diversificada, por isso
novos estudos têm tentado identificar quais são as
outras fontes de alimento, para além dos peixes, que
suportam a existência de tantas alforrecas em zonas
costeiras, estuários e rios.
Biografia dos autores
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Pedro Morais é doutorado
pela Universidade do
Algarve. Investigador
na Universidade da
Califórnia, Berkeley
(EUA) na área da ecologia
aquática e colaborador
do Centro de Ciências
do Mar do Algarve
(CCMAR) no grupo
de investigação em
Ecologia e Restauração
de Ecossistemas
Ribeirinhos, Estuarinos
e costeiros (Ecoreach).
Fatores que controlam a abundância das
alforrecas
A abundância das populações de qualquer espécie
depende da abundância dos seus predadores e da
disponibilidade de alimento. Quando o crescimento
é mais rápido que a mortalidade as alforrecas
atingem abundâncias elevadas, formando “blooms”
(florescência). O colapso das suas populações deve-
se principalmente à ausência de presas em número
suficiente, uma vez que as alforrecas têm poucos
predadores e competidores. As tartarugas são os