UALGORITMO 1 Ualgoritmo N1 2019 | Page 32

Glossário Metazooplâncton organismos multicelulares que apesar de terem movimento próprio não conseguem contrariar as correntes e andam à deriva na coluna água. Protistoplâncton organismos unicelulares eucariotas, incluindo microalgas (autotróficas) e organismos fagotróficos (heterotróficos, protozoários), que vivem à deriva no meio aquático. Microplástico partículas de plástico reduzidas (<5 mm), que atingem o meio aquático indiretamente - através da degradação de plástico de maiores dimensões, normalmente não reciclável; e diretamente - através de micro- partículas plásticas usadas na indústria (ex. higiene e cosmética). O que é a gelificação dos oceanos? Nas últimas décadas, biólogos marinhos de todo o mundo têm registado um aumento da abundância de alforrecas nos oceanos, especialmente nas zonas costeiras. A este fenómeno deu-se o nome de gelificação dos oceanos. As alforrecas são organismos gelatinosos, que existem há pelo menos 500-700 milhões de anos, estando presentes em todos os oceanos e, também, em estuários e rios. Existem mais de 2000 espécies, e algumas destas espécies formam colónias cujo comprimento pode atingir 36,5 metros. Contudo, existem também espécies cujo tamanho é inferior a 1 cm. A maioria das espécies destes organismos gelatinosos tem duas fases no seu ciclo de vida: a fase de pólipo, fixa aos substratos sólidos, e a fase de medusa ou alforreca, livre na coluna de água. As consequências mais evidentes da gelificação dos oceanos são a interdição de praias ou a diminuição das capturas de peixes com interesse comercial. Inicialmente, inúmeros estudos científicos focaram-se sobre o impacto da predação exercida pelas alforrecas nos recursos pesqueiros, em especial nos ovos e larvas de peixe. No entanto, as inúmeras espécies de alforrecas têm uma dieta muito diversificada, por isso novos estudos têm tentado identificar quais são as outras fontes de alimento, para além dos peixes, que suportam a existência de tantas alforrecas em zonas costeiras, estuários e rios. Biografia dos autores 30 Pedro Morais é doutorado pela Universidade do Algarve. Investigador na Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA) na área da ecologia aquática e colaborador do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) no grupo de investigação em Ecologia e Restauração de Ecossistemas Ribeirinhos, Estuarinos e costeiros (Ecoreach). Fatores que controlam a abundância das alforrecas A abundância das populações de qualquer espécie depende da abundância dos seus predadores e da disponibilidade de alimento. Quando o crescimento é mais rápido que a mortalidade as alforrecas atingem abundâncias elevadas, formando “blooms” (florescência). O colapso das suas populações deve- se principalmente à ausência de presas em número suficiente, uma vez que as alforrecas têm poucos predadores e competidores. As tartarugas são os