Turismo | Travel Especial Férias A Cabra | 2006 | Page 11

OUTROS RUMOS ESPECIAL VERÃO 11 12 DE JULHO DE 2005 A Madeira é Laurissilva Para além de atracção turística, a floresta é também essencial para a vida na ilha D.R. Capaz de ter as quatro estações do ano num só dia, não é à toa que a Madeira é conhecida como a “pérola do Atlântico” José Manuel Camacho Falácias: “A Madeira é um jar- dim”, “a Madeira é o Jardim”. Se alguém pensa que a paisagem está pintalgada de flores coloridas por todo o lado está enganado. As plantinhas estão é condicio- nadas territorialmente dentro de es- tufas que depois vão parar aos bal - d es das vendedeiras com trajes folclóricos no mercado ou numa das ruas da capital. A visão de flores endémicas faz- –se mas é através de jardins de ín - dole pessoal, públicos, no Jardim Botânico ou nas quintas, construí - das pelos mercadores ingleses em meados do século XIX, que enri - queceram com a venda do vinho. Ou seja, tudo controlado pela mão humana. De resto, o que se vê mais à beira das estradas que cortam o interior da ilha são as hortênsias, flores de cor azul. Reduzir a identidade de um lugar ao nome de um político é estupi- dez. De tanto utilizar o cliché até parece que é só na Madeira que acontecem ca(s)os de repetição de cargos políticos. Marco de Canave- zes não é só Avelino Ferreira Torres ou Braga é só Mesquita Machado. A idiossincracia nacional na hora de votar é que permite que eles fi- xem as suas raízes na terra, quais árvores centenárias. Na paisagem madeirense, o que realmente é a ilha é a floresta Laurissilva. Esta mancha verde é a floresta original da Madeira, aquela que já aqui existia aquando da chegada dos descobridores portugueses e dos políticos. Esta designação pro- vém do latim, Laurus (loureiro, lauráceas) e Silva (floresta, bos- que). A Laurissilva desempenha um papel muito importante na econo- mia e no bem estar social da ilha, dado que ela é responsável pela produção, fixação e regularização da água utilizada no consumo hu- mano e na rega dos campos. São famosas as caminhadas ao longo das levadas de água que cor- tam por entre os tis, os loureiros, os vinháticos ou os barbusanos ou por dentro de tunéis de arestas pontia- gudas, deixadas tal e qual como o dinamite e os homens escavaram. Janeiro 2005 Os trilhos da floresta Laurissilva servem de passeio para os turistas Informações Úteis Como ir: TAP - 7 viagens por dia. Viagem de ida e volta em classe económica por 319 euros. Air Luxor - A base é uma viagem por dia. de ida e volta em classe económica por 186 euros Locais a visitar: Destacamos as praias de calhau, as caminhadas pe- las levadas, o Centro de Vulcanologia e Grutas de S. Vicente, os raros engenhos de açúcar. Gastronomia: Bolo do caco com manteiga de alho, espetada, pica- do, milho frito, lapas grelhadas, peixe espada preto. De bebidas apresentam–se a poncha e a “nikita”. Alojamento: Pousada da Juventude no Funchal. Quarto duplo com WC - 21 euros (preço por quarto). Quarto indivi- dual com WC - 15 euros (preço por quarto). Quarto múltiplo sem WC - 12 euros (preço por pessoa) Uma aldeia em Pessoa Com sotaque do norte Aldeia. s.f. Pequena povoação, de categoria inferior à de vila / Povoação de indígenas Com uma simples visita ao Porto, é possível observar todo um contraste de culturas, linguagens e estilos Em terras lusitanas, descobri um novo signi- ficado para esta palavra. Aqui, aldeia não é só uma simples aglomeração de pessoas e casas; aldeia quer dizer também “pátria”. Num Por- tugal fragmentado, uma rica diversidade de orgulhos regionais constrói a sua identidade, que vai desde a culinária do pastel de Tentúgal ao futebol dos Açores de Pauleta. Este pequeno espaço onde passamos a maior parte da nossa vida atinge grande im- portância, quer se trate de uma vila ou de uma grande cidade. Baseado neste emprego do vo- cábulo, deixei a minha terra, a Alta de Coim- bra, para visitar as terras da aldeia de um ilus- tre cidadão lisboeta: Fernando Pessoa. Após um breve período pela África do Sul, Pessoa dificilmente cruzara a fronteira dos ar- redores da região que ele dizia ser a sua aldeia e fazia de cada canto dela cenário para a sua vida e local de inspiração para as suas obras. Num passeio pelas estreitas ruas do Chiado aos cafés do Rossio, podemos encontrar mui- tos dos cenários por onde Pessoa andou e fa- cilmente imaginar o poeta a caminhar timida- mente pelas ruas, com o imortalizado chapéu e um punhado de folhas para anotações. Palco de grandes acontecimentos, a Baixa Pombalina fez parte da vida de Pessoa e da história de Portugal. Após o terramoto de 1755, a zona, que é candidata a Património da Humanidade, abriga praças e esculturas de um legado fruto do empenho do responsável pela sua reconstrução, o Marquês de Pombal. Satisfeito com a visita, começo a pensar no regresso à minha terra, também com primei- ras, segundas e terceiras Pessoas que apreciam levar tintas ao papel. CV Fevereiro 2005 Uns dizem que é o povo irreverente, de ex- pressões próprias e de gosto pela novidade, outros que é o fruto de uma história que sem- pre colocou a Cidade Invicta perante as outras. Seja qual for a opinião, a sensação jovial das pessoas em contraste com a antiga arquitectu- ra, o Porto vai ser sempre inspiração para quem sobre ele escreva. Palavrões que ecoam pelas ruas estreitas, comerciantes ora rabugen- tos, ora de grande simpatia, crianças a correr atrás da bola na praça dos Clérigos. Lojas de artigos de circo, ruas inteiras de produtos latino americanos, discotecas dentro de caves antigas e bares para os mais variados gostos à beira Douro. O Porto é jovem, moder- no e multicultural. Uma cidade onde o velho e o novo se misturam, do exótico ao milenar. Numa tranquila caminhada pela zona da Cor- doaria é possível encontrar de tudo um pouco, para isto basta um olhar atento às portas por onde se passa. Fora dos padrões turísticos convencionais, uma casa traz um pouco do conhecimento transcendental através do yoga e da boa ali- mentação para a capital nortenha: a casa do Oriente no Porto. No interior, mesas, bande- jas, aromas de incensos no ar e música; no pla- card, cartazes sobre alimentação vegetariana, produtos naturais e imagens de ídolos da fé Hindu. Uma sede Hare Krishna no coração da Cordoaria, onde é possível conhecer de perto a fé Hindu através da leitura dos textos sagra- dos dos Vedas nas secções gratuitas de Yoga e, através das diárias refeições vegetarianas. CV Novembro 2004 Jornal Universitário de Coimbra - AC A B R A Depósito Legal nº183245/02 Registo ICS n º 11 6 7 5 9 D i re c t o r João Pereira Chefe de Redacção Tiago Pimentel E d i t o re s : Francisca Moreira (Fotografia), Margarida Matos (Ensino Superior), João Campos (Cidade), Rui Simões (Na- cional/Internacional), Bruno Gonçalves (Desporto), Bruno Vicente (Cultura) S e c retária de RedacçãoFilipa Oliveira P a g i n a ç ã oFilipa Oliveira, Nuno Braga, Lurdes Lagarto We b- design A C A B R A . N E T Daniel Sequeira, João Pereira, Marco Fernandes, Tiago Gaspar Redacção Ana Bela Ferreira, Ana Maria Oliveira, Ana Martins, André Ventura, Bruno Costa, Bruno Vicente, Carina Fonseca, Carina Valério, Carla Pinto, Carla Santos, Cláudia Carneiro, Claudio Vaz, Daniel Boto, Diana do Mar, Elisabete Monteiro, Helder João Pinto, Inês Subtil, Jens Meisel, Joana Moreira, João Vasco, José Manuel Camacho, Liliana Guimarães, Marília Frias, Marisa Ferreira, Marisa Soares, Marta Poiares, Milene Cunha, Nuno Braga, Olga Telo Cordeiro, Paulo Alexandre Teixeira, Pedro Galinha, Rita Delille, Rosa Ramos, Rui Pestana, Sandra Henriques, Sandra Pereira, Sandra Ferreira, Sofia Carvalho, Sónia Nunes, Soraia Letra, Soraia Ramos, Suzana Marto, Tiago Almeida, Vitor Aires, Wnurinham Silva Fotografia Rui Velindro, Helena Paulino, Micaela Lopes C o l a b o r a d o re s p e r m a n e n t e s Andreia Ferreira, António Gil Leitão, Gustavo Sampaio, Jorge Vaz Nande, José Miguel Pereira, Kossaqui, Nuno Curado, Paulo Nuno Vicente P u b l i c i d a d e J o a n a Moreira - 239821554; 919879569 I m p re s s ã o CIC - CORAZE, Oliveira de Azeméis, Telefone. 256661460, Fax: 256673861, e-mail: [email protected] Ti r a g e m 2000 exem- plares P ro d u ç ã o Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra P ro p r i e d a d e Associação Académica de Coimbra A g r a d e c i m e n t o s Reitoria da Universidade de Coimbra, Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra A CABRA errou... No artigo “Letras cria dois novos cursos”, publicado na página 5 da nossa úl tima edi ção, referimos duas vezes o nome do presidente do Conselho Científico da Faculda- de de Letras como sendo Jorge Amado Mendes. Trata–se, na ver- dade, de José Amado Mendes. Ao visado e aos leitores, as nossas desculpas.