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sistematização de informações pertinentes à mobilidade dos bairros pesquisados também configura um mapa de prioridades por área, de implicações diretas no PMU.
5 CONCLUSÃO
Nos PMUs estudados, as pesquisas OD que não foram feitas de modo domiciliar foram realizadas na rodoviária e em postos de gasolina. Desta forma, usuários de transporte não motorizado são possivelmente excluídos da matriz OD. Mesmo quando são levados em conta os deslocamentos não motorizados, deve-se atentar para a duração mínima da viagem considerada, pois, segundo a Fundação João Pinheiro( 2002), uma abordagem padrão nas pesquisas Origem Destino é desprezar as viagens a pé e bicicleta inferiores a 15 minutos de duração( FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2002). Em se tratando de municípios de pequeno e médio porte, grande parte dos deslocamentos é potencialmente inferior a 15 minutos, descartando assim parte dos dados de viagens e prejudicando a participação dos deslocamentos não motorizados.
De forma geral, qualquer tipo de pesquisa focada no transporte não motorizado oferece subsídios para atender a hierarquia da prioridade de tráfego orientada aos modos não motorizados. O Ministério das Cidades orienta a realização de levantamento de inventários físicos, pesquisas de comportamento de circulação( correspondendo a todos os formatos de pesquisa OD), pesquisas operacionais de transporte coletivo, e outras pesquisas temáticas caso seja indicada a necessidade( MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015). Entretanto, não há exigência legal para a realização de nenhuma pesquisa específica.
Para Moudon( 2003), poucos instrumentos são capazes de avaliar a origem e destino da viagem, assim como características do usuário e da área, cruciais para determinar a participação do transporte a pé e bicicleta. Assim, a Pesquisa OD Domiciliar apresenta-se como um instrumento completo, quando bem aplicada. É importante salientar que as viagens obtidas através desse tipo de pesquisa são aquelas que se tornaram viáveis dentro dos condicionantes individuais, familiares, econômicos e físicos existentes. Caso outras condições estivessem presentes, outras viagens seriam feitas( VASCONCELLOS, 2001). Ou seja, a matriz OD Domiciliar funciona como um ´´ raio X ´´ do transporte naquele momento, desconsiderando as futuras mudanças de comportamento caso outro meio de transporte seja incentivado.
A Pesquisa OD Domiciliar permite a comparação sistemática de dados através do tempo, quando repetida a cada década, como exemplo a Pesquisa do Metrô de São Paulo( METRÔ-SP, 2013). Com isso, é possível checar os avanços propostos nos PMUs para incremento de transporte não motorizado através do tempo. Desta forma, para a coleta de informações sobre deslocamentos não motorizados, a pesquisa OD Domiciliar é a mais completa forma de levantamento de dados para a elaboração do PMU e acompanhamento da efetivação de suas propostas. Como solução para a coleta de dados primários, agregam-se informações socioeconômicas e espaciais tanto dos meios de transporte ativo quanto os demais modais. Conforme os dados mostrados, a pesquisa OD de base domiciliar está presente em um número significante de PMUs, mas ainda existe margem para crescimento em sua aplicação.
O presente estudo comprova o potencial da pesquisa OD Domiciliar em PMUs para extrapolar dados quantitativos de viagens, com potencial para abranger fatores sociais e sociológicos que orientem o planejamento de cidades igualitárias e sustentáveis. Embora se tenha restringido à análise de apenas 14 municípios em uma única Região do País, é possível