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Descubra por que o dia é consagrado ao encontro com a família e às grandes refeições e como os chefs aproveitam esse momento

por Pedro Marques

fotos Google

produção Florise Oliveira

agradecimento Cidad3

Reunir a família aos domingos em volta da mesa no almoço é um ritual que acontece em boa parte do mundo, há muitos séculos. Como muitas tradições que chegaram até nós, essa tem suas origens na Europa: depois do sermão dominical do padre, a regra era se sentar à mesa para uma caprichada refeição, com bastante tempo para provas todas as iguarias. Um exemplo é o sunday roast inglês, em que cortes de boi com legumes eram deixados no forno antes de os britânicos irem à igreja. Há uma razão prática por trás disso: enquanto o padre falava, os pratos iam apurando lentamente. Na volta, o almoço estava praticamente pronto - era só terminar de fazer o molho, o gravy, com os caldos da assadeira.

Com o tempo, ir à missa deixou de ser importante para muitas pessoas, mas o hábito de almoçar com os parentes sobreviveu. Sem as obrigações do dia a dia, é o momento em que as cozinheiras (geralmente as mães ou as avós) podem caprichar nas receitas. Muito por isso, é que algumas datas comemorativas, como o Dia das Mães, costumam cair no domingo.

A comemoração que conhecemos hoje, de celebrar as mães no segundo domingo de maio, é algo recente em nosso calendário. A história começa com a ativista Ann Reeves Jarvis, que no século 19 cuidou de soldados feridos durante a Guerra Civil norte-americana e criou o Mother's Day Work Clubs, grupos em que mulheres se reuniam para arrecadar fundos e ajudar famílias pobres.

Ann morreu em 1905 e, no mesmo ano, sua filha, Anna Jarvis, começou uma campanha para criar uma data em homenagem às mães. Em 1914, o feriado entrou oficialmente para o calendário dos EUA. Apesar da conquista, a data foi motivo de tristeza para Anna, por conta da exploração comercial. Ela chegou a protestar contra empresas que lucravam com o Dia das Mães e foi presa, em 1925, por tentar abolir o feriado do calendário norte-americano.

A essa altura, a celebração já havia chegado a cerca de 100 países, entre eles o Brasil. E, mesmo com o viés comercial, a data é um importante momento de reunião familiar. Com tantas origens e misturas que temos no País, era de se esperar que cada família tivesse seu próprio jeito de festejar. Por isso convidamos três feras da cozinha - a confeiteira Marília Zylbersztajn, da loja de mesmo nome, e os chefs Benoit Mathurin, do Esther Rooftop, e Flávio Miyamura, do Extásia, todos em São Paulo, para contarem um pouco de como era a celebração em suas casas e dividir receitas para reunir a família. A seguir você confere um pouco da história de cada um.