O homem
imprudentemente
poético
Por Deborah Klabin
Fotos Sérgio Caddah
Em 2007, durante a entrega de um dos mais relevantes prêmios da língua portuguesa, o Prémio Literário José Saramago, Valter Jugo Mãe foi classificado pelo próprio Saramago como um "um Tsunami literário". Em discurso improvisado na ocasião, o Nobel da Literatura não economizou elogios ao autor, e disse que sua escrita "lembrou-lhe algumas ousadias a que me atrevi há vinte anos e que produziram escândalos".
Valter Hugo é português, nascido em Angola ainda nos tempos de colônia. Formou-se advogado, porém se consagrou como expodente da literatura contemporânea. Além disso, é exímio desenhista, cantor e compositor. Nada a seu respeito parece ordinário. O mesmo traço se observa em seus livros, que retratam cenários improváveis, como a Islândia, e personagens complexos, pouco heróicos e muito humanos, frágeis, às voltas com seus embates sentimentais mais íntimos.
Sua forma de escrever tampouco segue caminhos previsíveis: por muito tempo abdicou das letras maiúsculas. Até hoje não recorre ao uso de parágrafos, interrogação ou exclamação. Acredita que cabe ao leitor a interpretação do tom de seus personagens.
Como converter ideias em palavras? Como organizar essas palavras em textos harmônicos? Como fazer com que esses textos evoluam e se tornem romances que são verdadeiras obras de arte?
Em entrevista à 'CAUSE MAGAZINE durante o lançamento do livro "Homens Imprudentementes Poéticos", Mãe discorre sobre sua forma de criar.