Como contar a história de um povo que não conhecíamos até pouco tempo atrás? Essa foi a primeira indagação ao iniciar essa pesquisa. Em meio a visitas à artigos, registros oficiais e um acervo documental online, nos pegamos pensando: não queremos contar a História do Timor Leste, queremos conhecer as várias histórias do Timor Leste e de seu povo. Saber sobre seu cotidiano, descobrir como veem aquele espaço, transformam aquele lugar.
ORALIDADE:
HISTÓRIAS
DENTRO
DA
HISTÓRIA
Partindo dessa instigante curiosidade, fomos em busca destas informações e percebemos que não havia fonte melhor do que os próprios timorenses ou estrangeiros que vivem ou viveram lá.
Utilizamos então, como recurso a metodologia de História Oral, realizando entrevistas, conversando e descobrindo o Timor. A história oral, se propõe através da escuta, sensível, apurada, atenta, ouvir do outro as suas experiências, seu passado sendo observado do presente, e assim, ouvir essas vozes que nem sempre são ouvidas e lhes dada a devida notoriedade.
Verena Alberti em seu texto Histórias dentro da História, diz algo que reflete a nossa pretensão ao realizar as entrevistas “Essa riqueza da História oral está evidentemente relacionada ao fato de ela permitir o conhecimento de experiências e modos de vida de diferentes grupos sociais. Nesse sentido, o pesquisador tem acesso a uma multiplicidade de "histórias dentro da história".”
A prática se inicia na busca pelos entrevistados e as redes sociais (facebook, twitter e instagram) foram cruciais nesse processo de contato. Começamos com a divulgação do trabalho e uma chamada para aqueles predispostos a falar, fossem estes timorenses ou brasileiros que viveram lá. Essas pessoas tinham algo para contar, queriam falar, mas grande parte inibia-se no instante em que falávamos sobre gravar. Aqueles que aceitaram a gravação da conversa, via o site de chamadas online do Google, o Hangouts, nos proporcionaram uma nova descoberta, um problema. A internet instável e de baixa qualidade no Timor Leste, a conversa quase sempre difícil se ser realizada de um lado para outro do mundo. Enfrentando esse problema, o fuso horário de 12 horas de diferença e o português, oficial, mas não tão falado, algumas entrevistas foram realizadas e aqui utilizadas como fonte em conjunto com outros materiais para a construção das matérias desta revista e de nós mesmo, por conhecermos mais dessa cultura tão rica e tão nova..quanto a dos timorenses.
TIMOR LESTE HISTÓRIA CULTURA E SOCIEDADE
9
Para ouvir nossas entrevistas acesse o Soundcloud: