Seminário RDP África
Artigos AULP
“Os pais podem ser a maior barreira para o
Ensino em África”
São palavras da embaixadora da África do Sul,
Keitumetse Matthews, que durante o 8º Seminário
RDP África, que decorreu na Universidade Lusófona
no passado 1 de abril, alertou para a existência de
uma “cultura dos senhores doutores”, em que os pais
menosprezam os cursos técnico-profissionais que
conferem aos jovens africanos as “skills” necessárias
para o desenvolvimento do país. É difícil explicar aos
pais que o país precisa de canalizadores, carpinteiros, eletricistas, mecânicos, agricultores.
O Professor Joaquim Azevedo, especialista em Ensino Técnico-Profissional, chamou a atenção para o
facto de o Ensino Secundário não ter um objetivo por
si só, a não ser a entrada no Ensino Superior. A crítica
é feita aos governos que fazem com que haja um
certo desprezo pelo Ensino Técnico-Profissional, apesar de atualmente 43% dos estudantes portugueses
estarem em CET’s.
O presidente da RTP, Alberto da Ponte, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, estiveram igualmente
presentes neste Seminário que marcou os 18 anos da
RDP África.
“África tem um futuro brilhante em investigação”
O ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação
de Cabo Verde, António Correia e Silva, reforçou
o forte investimento de Cabo Verde numa economia competitiva e numa agenda visionária que tem
como destaque o forte investimento na Educação.
50 liceus no país, tendo em conta que só existia 2
na entrada do novo milénio. António Correia e Silva
deixou claro que o próximo passo é investir na qualidade do Ensino Superior e ter ambição na Ciência.
“É necessário investir nos laboratórios e em programas de doutoramento nas áreas estratégicas, como
o turismo e a agricultura.”
Independentente das dificuldades atuais, o ministro acredita no futuro da investigação em África. “Os
jovens estão a descobrir a Ciência e a população e
a classe política estão, neste momento, a reconhecer o seu valor.”
“A Educação não é o motor do desenvolvimento,
mas sim as pessoas”
Na sua intervenção, Joaquim Azevedo fez uma crítica às pessoas que chegam a África e trazem a “cabeça cheia de soluções”, apesar de não saberem
qual é o problema. Acredita ainda que solucionar
os problemas passa pela integração das pessoas na
comunidade.
O especialista em Ensino Téc