Avaliação dos efeitos da proteína antifúngica de Moringa oleifera , Mo-CBP3 , sobre embriões de peixe-zebra ( Danio rerio )
peixe-zebra : essa proteína tem domínio de ligação à quitina ao qual é atribuído a sua especificidade e ação antifúngica ( GIFONI et al ., 2012 ), o que gera uma margem de segurança quando aliado ao fato de que vertebrados não possuem esse polissacarídeo em suas estruturas ; e o segundo fato está relacionado a massa molecular Mo-CBP 3 ( 14,3 kDa ) que teoricamente não atravessaria os poros da membrana do coriônica que só permite a passagem de moléculas com < 3 kDa ( OECD , 2013 ) e , dessa forma , não entraria em contato com o embrião . Diferente do que foi hipotetizado , Mo-CBP 3 na concentração de 100 mg / L causou 100 % de mortalidade dos embriões em 24 h , enquanto o controle negativo se desenvolveu normalmente .
Provado então o efeito tóxico da proteína em alta concentração ( 100 mg / L ), para a segunda etapa do teste , também chamado de teste de concentrações , foram testadas várias concentrações que variaram de 0,039 a 20 mg / L . Durante as 96h de exposição foram monitorados diariamente à presença de sinais de letalidade nos embriões ou larvas ( coagulação do ovo ; ausência de formação do somito ; não deslocamento da base da cauda ; e , ausência de batimentos cardíacos ). Na presença de qualquer um desses sinais o embrião / larva era considerado morto .
Nas primeiras 24h de exposição foi possível verificar alterações na membrana coriônica dos embriões nas concentrações acima de 1,25 mg / L como mostrado na Figura 3 . O córion que é uma membrana transparente que confere proteção ao embrião ( LAALE et al ., 1977 ), após exposição à Mo-CBP 3 perdeu essa característica . Passou , então , a apresentar grânulos e opacidade relativa em sua superfície , dificultando o processo de análise e reconhecimento dos pontos de letalidade necessários ( Figura 2A ). De algum modo a Mo-CBP 3 interagiu com algum ( ns ) componente ( s ) da membrana coriônica através de um mecanismo desconhecido , mas que certamente possibilitou a passagem dessa proteína através dela e promoveu o contato com o embrião . Esse resultado expande o conhecimento sobre os ligantes da
Mo-CBP 3
, pois além da quitina essa proteína deve interagir com outros carboidratos presentes em glicoproteínas que compõem a membrana coriônica ( BONSIGNORIO et al ., 1996 ).
Figura 3 . Embriões de peixe-zebra ( D . rerio ) com 24 hpf após exposição a Mo-CBP 3 em concentrações > 20 mg / L . A ) Embrião de peixe-zebra apresentando opacidade e grânulos dispersos na membrana coriônica ( seta ) após 24h de exposição à mg / L de Mo-CBP 3
; B )
Embrião controle mantido apenas com água do aquário .
Fonte : Elaborado pelo autor .
Série Iniciados v . 23
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