Fatores relacionados aos diagnósticos de enfermagem da classe atividade / exercício em idosos hospitalizados
A velhice sendo constituída como a última fase do ciclo vital, é delimitada por eventos múltiplos, como perdas psicomotoras, afastamento social, restrição de papeis sociais e alterações nas atividades cognitivas, a exemplo de: percepção, memória e raciocínio( AREOSA et al., 2012). Evidenciam-se também alterações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas que corroboram para mudanças no perfil epidemiológico, como a progressiva prevalência das Condições Crônicas de Saúde( CCS) repercutindo negativamente na qualidade de vida das pessoas idosas e de suas famílias, além de gerar custos para os sistemas de saúde( BRASIL, 2011).
No Brasil, tem-se observado uma inter-relação entre o crescimento acelerado da população idosa e o acúmulo de CCS como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias( OLIVEIRA, 2014; ALVES; LEITE; MACHADO, 2010). Estima-se que as doenças crônicas, as quais são consideradas como próprias da velhice, sejam mais constantes nos idosos de 80 anos ou mais, o que poderá contribuir para o aparecimento de dificuldades ou incapacidades nas atividades de vida diária, repercutindo em interferência na independência e autonomia da pessoa idosa. Nesse sentido, pode-se destacar interferências nos domínios da cognição, humor, independência, comunicação e mobilidade do indivíduo, as quais podem acarretar em um possível processo de hospitalização do idoso( MORAIS, 2012; LOURENÇO et al., 2012).
O processo de hospitalização do idoso corrobora para o comprometimento da sua capacidade funcional em desempenhar Atividades Básicas da Vida Diária – ABVDs e Atividades Instrumentais da Vida Diária – AIVDs. O referido comprometimento da capacidade funcional, nesse âmbito, está comumente associado à elevação da dependência de cuidados e à diminuição da sua qualidade de vida( STHAL; WEY; CASTILHO, 2011). Diante do enunciado, é oportuno enfatizar que o paciente idoso necessita de uma assistência de saúde multidimensional e holística. Desse modo, o enfermeiro deve prestar um cuidado sistematizado, no sentido de identificar problemas individuais e específicos da pessoa idosa, especialmente, diagnósticos de enfermagem, o que permite planejar e implementar uma assistência de saúde holística e integral à essa população( MORAIS, 2012; LIRA et al., 2015).
De acordo com Lopes, Silva e Araújo( 2012) o diagnóstico de enfermagem é entendido como um julgamento clínico, realizado individualmente em situações específicas, acerca de respostas humanas a determinadas condições de saúde. Cada diagnóstico possui título e definição clara, além dos seus indicadores representados pelas características definidoras, fatores relacionados e / ou fatores de risco. As características definidoras revelam-se como as manifestações clínicas( sinais e sintomas) de um diagnóstico. Os fatores relacionados emergem como as causas ou fatores contribuintes para a ocorrência do problema, enquanto que, os fatores de risco representam influências que ampliam a fragilidade do indivíduo, família, grupo ou comunidade a um determinado evento( NANDA-I, 2015).
Para inferir diagnósticos de enfermagem, faz-se necessária a utilização de sistemas de classificação de diagnósticos. No âmbito da nossa pesquisa, optamos pelo uso da classificação da North American Nursing Diagnosis Association – International( NANDA-I, 2015), mais especificamente, dos diagnósticos inerentes ao domínio atividade / repouso e à classe atividade / exercício. Vale salientar que a classe atividade / exercício relaciona-se com o movimento de partes do corpo( mobilidade) e realização de tarefas ou ações( NANDA-I, 2015).
Diante do exposto, salientase que o envelhecimento populacional associado às CCS, influenciam no processo de hospitalização da pessoa idosa, contribuindo para o declínio funcional e perda da autonomia. Diante disso, dada a importância da identificação de problemas
184 Série Iniciados v. 23