Distribuição espacial e temporal das síndromes de dispersão em inselbergue na caatinga paraibana
Ao correlacionar a precipitação com
o número total de indivíduos em frutificação
para área estudada, encontra-se um valor
significativo para o mesmo mês (P 0 ), para
um mês anterior (P 1 ) e para os dois meses
anteriores (P 2 ), indicando correlação positiva,
ou seja, há o aumento da produção de frutos
de acordo com o aumento da precipitação.
Na análise das síndromes (zoocoria,
autocoria e anemocoria) separadamente com
a precipitação, apenas os valores de zoocoria
e autocoria foram significativos, como
mostrados na Tabela 2. Embora tenha sido
encontrada uma correlação negativa entre a
anemocoria e a precipitação, os valores não
foram significativos.
Tabela 2. Índices de correlação de Spearman (r s ) entre a precipitação e o número de espécies
em frutificação durante o período agosto de 2016 a agosto de 2017 na Serra do Jatobá, Serra
Branca-PB.
Anemocoria
Prec. 0
Prec. 1
rs= 0,31 (p= 0,30)
Autocoria
Zoocoria
r s = 0,69 (p= 0,009) r s = 0,72 (p= 0,005) r s = 0,78 (p= 0,001)
rs= -0,31 (p= 0,29) rs= 0,75 (p= 0,003)
Prec. 2 rs= -0,23 (p= 0,36)
Frutificação geral
rs= 0,67 (p= 0,01)
rs= 0,66 (p= 0,02) r s = 0,60 (p= 0,02)
rs= 0,65 (p= 0,02) rs= 0,66 (p= 0,02)
vez que a presença da fauna está relacionada
com a disponibilidade de recursos na área
(SOLÓRZANO et al., 2000).
Os resultados indicam que os eventos
de frutificação das espécies que apresentam as
síndromes zoocórica e autocórica, estão mais
correlacionados com a precipitação quando
comparadas as anemocóricas encontradas
na área de estudo. Tais resultados podem
ser esperados para períodos de precipitação
elevada, pois para a produção de frutos
há uma alta demanda de água por parte
da planta, sendo a precipitação um fator
limitante para a frutificação (CHAPMAN et
al., 2005). Todavia, mesmo na estação seca,
foi observado produção de frutos carnosos,
principalmente por representantes da
família Cactaceae, podendo ser recursos-
chave para manutenção da fauna local, uma
A anemocoria apresenta frutificação
ao longo de todo ano e não se correlacionou
com a precipitação. A maturação dos
diásporos de espécies anemocóricas pode
está relacionada à estação seca, devido
a influência dos ventos serem de maior
importância para ambientes de Caatinga
c om baixos índices pluviométricos (SILVA;
RODAL, 2009).
De acordo com as análises de
estatística circular a frutificação da
comunidade não apresentou sazonalidade (r
= 0,381) (Fig. 6).
Figura 6. Histograma da frutificação quanto ao número de indivíduos entre setembro de 2016
e setembro de 2017, na serra do Jatobá, Serra Branca-PB.
Frutificação
dezembro
100
janeiro
75
novembro
fevereiro
50
25
outubro
março
100 75
50
25
setembro
25
50
75 100
abril
25
50
75
agosto
julho
146
Série Iniciados v. 23
maio
100
junho