Atrás das grades
Quando perguntados a respeito da instalação do Complexo Penitenciário em São Pedro de Alcântara, os moradores respondem de maneira unânime: “Não o queremos aqui”.
O motivo é simples, o local traz diversos transtornos ao município. O primeiro é a grande movimentação de pessoas desconhecidas na cidade, o que faz com que os habitantes fiquem apreensivos. O segundo é os impactos ambientais causados pela falta de infraestrutura do Complexo.
Ademais, todos os dados referentes à prisão são contabilizados como sendo referentes ao município todo. Isto faz com que São Pedro de Alcântara apresente altos índices de AIDS e tuberculose, quando na realidade, a maioria da população não sofre tais males.
Apesar de todos estes pontos, o pior deles é a insegurança gerada. Na estrada onde está localizado o maior presídio de Santa Catarina, as viaturas passam frequentemente. Dentro dos muros, cerca de 1,3 mil homens estão trancafiados, sendo eles assassinos, estupradores, assaltantes e sequestradores.
Em agosto de 2012, a Justiça recebeu uma denúncia assinada por presidiários do Complexo Municipal. No documento, havia queixas de tortura acusando funcionários da prisão.
Esta denúncia coincide com o início de atentados à unidades policiais no município. Estes ocorridos podem ter sido organizados por uma facção criminosa de dentro da cadeia, como forma de vingança pelas torturas às quais os presos foram submetidos.
No entanto, Sady Beck Júnior -secretário de Estado da Justiça e Cidadania no ano de 2012 - afirmou que o presídio está passando por melhorias e os funcionários não serão punidos devido à falta de provas concretas.
É importante frisar que não é obrigação do governo municipal resolver os problemas relacionados à prisão, pois São Pedro de Alcântara apenas cedeu o território para a instalação do presídio.
A denúncia
Estrutura do Complexo Penitenciário Regional
em São Pedro de Alcântara.
FOTO:: www.informegeral.com.br
TEXTO: Guilherme Campos
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