Social Meeting Scientific Journal eSocial Brasil | Page 24
ISBN 978-65-991619-0-2
Antes de iniciarmos a discussão sobre o tema,
acredito ser importante ressaltar que o vocábulo resistência
advém do latim resistentia, que de acordo com o “Grande
dicionário Larousse” (1999, p. 786) tem diversos
significados, dentre eles: “força que se opõe a outra, que
não cede a outra; força que anula os efeitos de uma ação
destruidora; oposição, reação, recusa de submissão à
vontade de outrem.” Nesse sentido, pode-se pensar a
resistência como uma ação, um movimento diante daquilo
que pode ser detectado como destrutivo, como perturbador
da ordem antes estabelecida.
Dessa forma, em Psicanálise, Freud utilizou-se
bastante do conceito para compreender e ampliar suas
proposições acerca do trabalho com seus pacientes. De
acordo com suas postulações, o método psicanalítico
consistiria em um método de tratamento do sofrimento
psíquico humano e uma atividade em que se busca a
compreensão de si mesmo com vistas ao estabelecimento
do bem-estar. O psicoterapeuta, assim, teria a função de
ajudar o indivíduo a entrar em contato com sentimentos e
fatos que possam ter deixado marcas psíquicas doloridas.
Por isso, no início de sua obra, o mestre vienense
percebeu a existência da resistência e sua função no sentido
de impedir que o sujeito entrasse em contato com seus
aspectos inconscientes. A fase inicial de sua obra, conhecida
como primeira tópica, foi marcada pela compreensão de que
o objetivo primordial do tratamento psicanalítico consistiria
em tornar consciente o material inconsciente e isso somente
seria possível se o analista pudesse auxiliar ao paciente na
tarefa de confrontação com sua resistência.
Porém, ao longo de seus estudos, Freud percebeu,
principalmente quando foi levado a construir um segundo
momento de sua teoria, concebida como segunda tópica,
Social Meeting Scientific Journal, São Paulo, Brasil, v. I, n. 1, ano 1 junho de 2020 (edição especial de lançamento)
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