ARTE EUROPEIA
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BRASILEIRA
Uma das características mais marcantes das obras exibidas era o desejo de livrar o Brasil da arte, da literatura, das ideias e da ideologias importadas. O país celebrava 100 anos de liberdade da opressão portuguesa – então o que os artistas queriam saber era: por que a arte europeia ainda era considerada pela maioria como superior à obra de artistas brasileiros?
Na Europa naquela época, a arte havia se movido desde as épocas do impressionismo e do pós-impressionismo até o vorticismo, o futurismo, o cubismo e os primeiros movimentos do surrealismo. A Primeira Guerra Mundial esmagou o sentimentalismo e introduziu a Era da Máquina.
Em 1922, a Europa ainda estava tentando reconstruir-se depois de anos de conflito, e cada país estava tentando salvar sua própria identidade cultural, tentando descobrir o que era real e o que havia sido criado pela propaganda de guerra.
Isso não quer dizer que os artistas brasileiros se afastassem das influências europeias. Muitos brasileiros tinham ligações familiares com a Europa - o Brasil era um verdadeiro crisol de identidades - e vários dos mais importantes artistas do século XX do país continuaram a visitar a Europa, principalmente Paris. Eles foram estudar e descobrir o que estava acontecendo em outras comunidades artísticas. No entanto, ao retornar ao Brasil, esses artistas já não produziam mera imitação do que tinham visto na Europa, como fizeram seus predecessores no século XIX e início do século XX. Em vez disso, eles ganharam a liberdade de usar as habilidades, técnicas e experiências adquiridas no exterior para criar suas próprias obras exclusivamente brasileiras.
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