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GOIÂNIA, quinta-feira, 16 de outubro de 2014
O POPULAR
9
Serial killer
MAURO FERREIRA
NUNES
A CONFISSÃO
Tiago teria confessado aos policiais ter matado 15 mulheres e um
homem, sem nem nenhuma ligação entre si. Em alguns casos, as
mortes ocorreram em um mesmo dia, em curto espaço de tempo
ANOS
28 MAR
Av. Neder Meyer
VILA CANAÃ
ANOS
Ele estava em uma loja conversando com a
atendente quando o autor chegou, tirou o
capacete, sorriu para a atendente e atirou.
3 FEV
28 JAN
2 AGO
Rua Paratinga
CIDADE JARDIM
Foi assassinada no Setor Cidade
Jardim. A mulher iria buscar os filhos
na escola quando acabou morta por
um motociclista. O assassino espera a
vítima se aproximar, ao atravessar a rua,
desce da moto, chega perto dela e dá
um tiro bem no meio do peito.
Rua Potengi
BAIRRO GOIÁ
A jovem estava voltando para casa
sozinha por volta das 21h35 do dia
28 de janeiro quando foi abordada
por um motoqueiro na rua. Ele atirou
nela e fugiu sem levar nada.
Serial Killer
morava
no Conjunto
Vera Cruz II
ANOS
Foi assassinada a tiros dentro de uma
farmácia, por volta das 20h15 do dia
23 de abril na Avenida Felipe Camarão
esquina com Frei Miguelino. Ela entrou
no estabelecimento e foi alvejada por
um homem minutos depois.
Rua 3 com Al. Botafogo
CENTRO
SETOR
URIAS
MAGALHÃES
PORTAL SHOPPING
11
Av.
4
3
LORENA
PARK
7
13
1
Anh
ang
u
PRAÇA DO
TRABALHADOR
era
16
ROSIRENE GUALBERTO
DA SILVA
12
ANOS
HIPÓDROMO
6
SETOR
SUDOESTE
14
JARDIM
AMÉRICA
ANOS
Rua Valentino Capuso
SETOR LORENA PARK
SETOR MARISTA
Ao parar com a irmã com o carro próximo
a uma casa de show no Setor Marista, foi
abordada pelo motoqueiro, que pediu a
chave do carro. Enquanto procurava a chave,
foi baleada.
PRAÇA DO
CRUZEIRO
9
GOIÂNIA
SHOPPING
18 JAN
19 JUL
PRAÇA
CÍVICA
15
10
8
2
A Adolescente aguardava a avó em
banco de concreto em frente a um
salão de beleza no bairro Goiá quando
foi abordada pelo suspeito, que atirou
no peito da vítima.
A adolescente estava sentada na praça na
Rua 3, no Centro, com o namorado quando
apareceu um rapaz em uma moto vermelha e,
sem falar nada, disparou contra Thamara, que
estava grávida de cinco meses.
CENTRO
BÁRBARA LUIZA
RIBEIRO COSTA
Estava com uma amiga na Praça
da Bandeira quando foi abordada
pelo motoqueiro, que atirou na
adolescente pelas costas. O autor
disse para a amiga correr.
THAMARA DA
CONCEIÇÃO SILVA
ANOS
Avenida Frei Miguelino
BAIRRO GOIÁ
Praça da Bandeira
BAIRRO GOIÁ
Baleada quando parou em um semáforo
no cruzamento da Avenida Mutirão com a
Avenida D no dia 25 de julho.
Assassinada num ponto de
ônibus, quando aguardava a
condução para a ir à Feira da Lua.
23 ABR
15 JUN
Avenida D com a Mutirão
JARDIM AMÉRICA
15 JUN
WANESSA
OLIVEIRA FELIPE
ANOS
26 JUL
Foi morta no fim da tarde, quando
voltava para casa com o namorado.
O autor dos deu voz de assalto ao
casal e, enquanto a adolescente
pegava o celular na bolsa, foi
baleada.
ANOS
Rua Formosa
CIDADE JARDIM
ANOS
Rua São Geraldo
SETOR SÃO JOSÉ
ANA LÍDIA DE
SOUZA
ANOS
ANOS
JULIANA
NEUBIA DIAS
1º JUN
LILIAN SISSI
MESQUITA E SILVA
ARLETE DOS
ANJOS CARVALHO
THAYNARA
R. DA CRUZ
ISADORA A. C.
DOS REIS
SETOR
PEDRO
LUDOVICO
5
JANAÍNA NICÁCIO
DE SOUZA
BR
153
ANOS
8 MAI
Avenida C-1
JARDIM AMÉRICA
BRUNA GLEYCIELLE DE
SOUSA GONÇALVES
ANOS
BEATRIZ CRISTINA
OLIVEIRA MOURA
8 MAI
CARLA BARBOSA
DE ARAÚJO
Avenida T-9
JARDIM AMÉRICA
ANOS
23 MAI
Rua C-270,
SETOR SUDOESTE
A estudante estava com a irmã em
uma praça no Setor Sudoeste quando o
motociclista chegou, anunciou o assalto
e atirou na jovem.
Ela estava em ponto de ônibus na Avenida
T-9, no Jardim América, às 23 horas,
quando um homem parou a motocicleta
que pilotava rente ao ponto, desceu e
anunciou o assalto. foi baleada no peito e
morta enquanto procurava pelo aparelho
na bolsa que carregava.
No mesmo dia do assassinato de Bruna
e também no Jardim América, Janaína
foi morta com vários tiros nas costas
em um bar quando um homem em
uma motocicleta chegou e atirou.
ANOS
ANA MARIA
VICTOR DUARTE
19 JAN
Rua C-181
SETOR NOVA SUÍÇA
Saiu para comprar pão, de manhã
e foi morta com um tiro no peito.
Testemunhas ouviram apenas o
barulho de uma motocicleta saindo do
local.
ANOS
14 MAR
Rua T-64
SETOR BELA VISTA
A jovem foi baleada em uma lanchonete onde
estava com o namorado e uma amiga. Por
volta das 23h30, um homem armado e com
um capacete, pediu os celulares. Ana Maria
respondeu que não tinha e foi baleada.
Primeirocrimeocorreuem2011
Suspeito teria confessado a morte
de um rapaz homossexual há três
anos, a facadas. Vítima teve o
corpo enterrado em área baldia
Galtiery Rodrigues
e Rosana Melo
A primeira morte cometida
pelo vigilante Tiago Henrique
GomesdaRocha,de26anos,te-
ria acontecido em 2011 e foi de
umrapazhomossexual.Segun-
dooqueeleteriarelatadoàpolí-
cia, em seu depoimento, a víti-
ma foi assassinada afacadas e o
corpofoienterradoemumterre-
no baldio. Ele indicou o local,
mas em diligência ontem, os
agentesdaDelegaciadeInvesti-
gações de Homicídios (DIH),
não encontraram nenhum ves-
tígiodocorpo.
OdelegadotitulardaHomicí-
dios,MuriloPolati,disse que no
local foi plantado um mandio-
cal e que foram utilizadas má-
quinas pesadas para limpar o
terreno antes da plantação.
“Limpou tudo e, se tivessem
só os ossos, com certeza eles
se espalharam. Acho difícil en-
contrar, mas é preciso
investigar”, disse. Os demais
crimes do vigilante, segundo
Polati, foram cometidos a par-
tir de 2012.
Em entrevista coletiva on-
tem, o delegado geral da Polí-
cia Civil, João Carlos Gorski,
disse que ele começou matan-
do aleatoriamente, sem seguir
um perfil de vítima até focar
em mulheres jovens, bonitas e
de cabelo comprido, que fo-
ram os últimos crimes cometi-
dos. Murilo Polati destacou
ainda que ele sempre optou
por grupos vulneráveis, como
moradores de rua, mulheres e
homossexuais, dentre estes al-
guns travestis.
Entre os crimes confessa-
dos consta um que se destoa
um pouco do perfil. É o do fotó-
grafo Mauro Ferreira Nunes,
51, assassinado no dia 28 de
março deste ano, na Vila Ca-
naã. Ele é o único homem en-
tre as vítimas dos casos que
são investigados pela força-ta-
refa. O comportamento dele
também variava. Nas mortes
de mulheres, o assassino qua-
se sempre dava voz de assalto
antes de disparar o revólver e
fugir sem levar nada. Isso, no
entanto, também variava e, co-
mo lembrou Polati, houve ca-
sos em que ele agia diferente
ou simplesmente matava.
Entrevista
MURILO POLATI
“Elesóinverteusequênciade2crimes”
tra, com quem a vítima esta-
va na hora do crime, como a
amiga ou o namorado, por
exemplo. Ele disse que era
simplesmente porque sentia
uma atração maior por aque-
la pessoa e surgia na cabeça
a vontade de assassinar e sa-
nar a violência e raiva mo-
mentâneas.
O delegado titular da Delegacia de Investigação
de Homicídios, Murilo Polati, conta detalhes da
investigação e do depoimento do vigilante Tiago
Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, suspeito
de ser o serial killer responsável pela série de
mortes de mulheres em Goiânia
Ele confessou os cri-
mes no momento da abor-
dagem ou só na delega-
cia?
Na delegacia. Ele foi leva-
do para lá e os agentes desco-
briram que se tratava do al-
vo procurado. Aí, no depoi-
mento, ele abriu o jogo.
Criou-se um vínculo de con-
fiança com o Doutor Dou-
glas Pedrosa e com a equipe
dele, responsáveis pela oiti-
va. Nós não interferimos. Ne-
nhum outro delegado inter-
feriu para que não se perdes-
se esse vínculo. Inclusive, só
ficaram homens na sala, por-
que quando ele se aproxima-
va muito de mulher, ele re-
traía. Era para ser uma escri-
vã que ia colher o depoimen-
to. Tiramos ela, deixamos só
homens.
Ele lembrou de todos
os casos?
Dos que ele não lembrava
o nome da vítima, ele falou
com detalhes onde foi, como
foi e quantas pessoas esta-
vam do lado. Ele narrou 39
crimes na sequência e só in-
verteu dois. De algumas ele
lembrava o nome porque
viu nos jornais. Da Ana Ma-
ria mesmo, ele não disse. O
delegado deixou ele narrar.
Não foram colocadas pala-
vras na boca dele. Ele foi nar-
rando, narrando e, no caso
da Ana Maria, falou da meni-
na que ele matou perto do Se-
tor Bueno, em um pit-dog,
que ela estava com outras
pessoas, que deu uma volta
na quadra antes, a perse-
guiu, mas ser citar o nome. Vocês acreditam que
ele usou mais de uma ar-
ma?
A princípio temos certeza
de uma. Ele admitiu ter usa-
do apenas uma, mas são tan-
tas mortes. Vamos investi-
gar e definir se há utilização
de outras armas ou não. Ain-
da não sabemos também se é
a mesma arma que ele utili-
zava na atividade de vigilan-
te.
Qual foi a alegação de-
le?
Ele disse que matava por-
que sentia a necessidade de
matar. Uma questão coloca-
da foi porque ele matava de-
terminada pessoa e não a ou- Como ficam os dois ca-
sos que ele não confes-
sou?
Continua a investigação.
A força-tarefa não acabou
aqui. Até porque ainda não
concluímos o inquérito.