Scripsi Scripsi nº5 | Page 7

Por Carlos Eduardo Heinig A região oriental da Europa não é o que foi nos séculos passados. Estruturada ainda, antes, em feudos; em seguida, em diversos impérios – extirpou qualquer tipo de “nacionalidade” pura aparente ao homem daqueles locais. Aquele que se denominava austríaco, podia tornar-se húngaro da noite para o dia, ou vice-versa. E, portanto, também – estes indivíduos – tornavam-se figuras cosmopolitas. E Dëszo cosmopolita Kostolányi foi (1885- 1936), nascido húngaro, mas em território que hoje pertence à Sérvia. Viu o sangrento período soviético despontar e expandir a partir de 1917, viu a divisão do Império Austro-Húngaro pós I Guerra Mundial. Foi cosmopolita do mesmo modo, porque também viveu na boemia francesa, na Paris da Belle Époque. Não somente absorveu a cultura, mas também a literatura francesa vigente o influenciou. Especialmente o simbolismo, que Otto Maria Carpeaux chama de “cantor de infinitas tristezas na solidão da grande cidade.” (2012, p. 406). Poeta simbolista, primeiramente; seus trabalhos ainda são estudados na França. Mas, Kostolányi ficou conhecido no Ocidente pelos contos. As obras curtas, de teor irônico machadiano, envolvem o lado deprimente e obscuro da criatura humana.