Em Rollinat, o poema narra a viagem do cataléptico em seu caixão até o
cemitério, evidenciando a hipocrisia humana, a decadência dos costumes, e a busca
pela psique; na paráfrase de Augusto de Lima, o caixão se torna uma metáfora da
condição humana; e em Augusto dos Anjos, o cortejo torna-se o fundamento da
reflexão sobre a consciência da vida e a consciência da morte do homem moderno,
em Momento num café, Manuel Bandeira retoma o tópos, mas a partir de uma
experiência íntima e cotidiana com a morte. A poesia de Bandeira resgata, não a
consciência, mas a dignidade humana e a sacralidade divina.
Visto e revisto, como o próprio cortejo aludido pelos poemas, esse tema
fúnebre e ontológico atravessa os tempos, testemunhando a importância dessa
poesia para a formação de nossa poesia. Coube-nos apresentar ao leitor esses
despojos solenes.