admiração da crítica. Considerado gênio por alguns e plagiário por outros, seu
casamento chega ao fim.
Em 11 de setembro de 1883, acompanhado da atriz, Cécile de Gournay
(Pouettre), retira-se para Puy-Guillon, em Fresselines, onde recebeu visitas de
homens ilustres como Claude Monet, entre outros. Neste recanto, pode recolher os
poemas para os livros: "L'Abîme", em 1886, "La Nature", em 1892, "Les
Apparitions”, em 1896, "Paysages et Paysans", em 1899 e um livro de prosa "En
Errant", em 1903. No mesmo ano, Rollinat teve suas composições musicais editadas
por Heugel.
Em 1903, Cécile morre. Com a saúde agravada, Rollinat tenta suicídio várias
vezes. Em 21 de outubro, é internado em Ivry, na clínica do Dr. Moreau de Tours. E
após cinco dias, segundo Régis Miannay e Catherine Réault-Crosnier, não vítima de
câncer, como se supõe, mas de um acesso de loucura, morre Maurice Rollinat, sendo
sepultado em Châteauroux, no cemitério Saint-Denis, deixando os póstumos:
"Ruminations", de 1904, "Les Bêtes", de 1919, e "Fin d’Œuvre", de 1919.
III.
As Neuroses rollinatianas eram célebres, tanto por causa da beleza quanto
pelo horror. Sobre seu autor, o poeta nicaraguense, Rubén Dario, um dos iniciadores
do Modernismo em língua espanhola, afirma que:
Maurice Rollinat foi um poeta de talento, nem maior nem menor,
a causa de ser sua obra quase toda reflexo e eco; reflexo distante de
Poe, eco de Baudelaire.
De fato, o poeta francês nunca renegou essas duas influências, mas não fora
um plagiário, como alguns críticos quiseram divulgar. Abastecido dos símbolos
satanistas de Baudelaire e da estética onírica de Poe, Rollinat deu desenvolveu uma
poesia sui generis.