COMO ANIMAIS NOTURNOS FARIAM À memória de Ingeborg Bachmann
Como animais noturnos fariam rastejo nas covas do instinto . Recriando as dores perdidas . Arpando âncoras no silêncio – e não sou mais do que um eclipse .
Ausente na ideia que é cega , se muito penso . Orbitando cadente na estéril realidade – incendiária névoa vermelha .
Fervendo palavras sobre a cabeça felina sorvendo em brasas dissolvendo veloz a tristeza metálica deste corpo .
E o mundo não é como antes . O mundo é como sempre foi . O mundo mudo como o nunca .
Mas abutres ardem imortais na cidade sitiada pelo caos . Alíneas saltam corrompidas na cidade sitiada pelo caos . Entranha de teias temporais . A cidade sitiada pelo caos . Raízes do espanto-movediço .