Batalha na floresta – Versão do caçador (Um conto de Rafaela)
Caçadores, nós tivemos um problema! Acabei de voltar da floresta. Vi um menino com cabelo de fogo,
os pés virados para trás, fazendo uma reunião com os animais.
Fui me aproximar para ver melhor o que estava acontecendo e percebi que ele estava me olhando
atentamente, então tentei me esconder atrás da árvore mais próxima.
Quando percebi, ele estava bem pertinho me perguntando com uma voz baixa, quase um cochicho:
- Você já matou algum animal, caçador?
Então, suando frio, respondi tentando enganá-lo:
- Não! De jeito nenhum! Só estou de passagem mesmo!
Óbvio que não colou essa bobagem que disse...
- Você acha que me engana? Posso não ter a visão mais perfeita do mundo, mas qualquer um
perceberia suas intenções. Ainda mais com esse tapete de pele de onça que sinto perto de sua mochila!
Olhei com os olhos arregalados, bem abertos para olhar a floresta em todas as suas trilhas para
fuga, e gritei alto num eco gigante:
- Ahhhhhhh! Socorrooooo! Salve-se quem puder!!!!
Comecei a correr tão rápido que nem percebi as raízes que estavam fora da terra para chegar logo
em nosso acampamento com um plano na cabeça.
- Atacaremos às 22h em ponto! Alberto ficará à esquerda do tal CURUPIRA, Ronaldo e Francisco ao
meu lado direito, Xavier e Renato do meu lado esquerdo formando uma “muralha de ataque”. Já Benício
chegará por trás de CURUPIRA e pegará no susto o tal protetor da floresta. Os demais caçadores podem se
divertir com os bichos da reunião! Todos carreguem as suas armas de fogo! Todos!
É chegada no relógio às dez horas da noite...
Éramos em 14 homens fortes e corajosos. Todos nós fomos à luta. Chegando lá, não encontramos
ninguém. Somente cobras que do nada começaram com seus botes mortais. Dois dos nossos caçadores
morreram na hora!
Fugindo dessa situação, fomos surpreendidos pelas onças, muitas delas! Poucos sobreviveram:
somente eu, Ronaldo e o próprio CURUPIRA, que nos salvou das onças e nos levou para sua casa na árvore.
Ali ficamos por um bom tempo até sermos esquecidos pelos animais da floresta e eles, até hoje
buscam no início da madrugada, humanos para espantar.
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