a flauta atuava como
solista, o violão com as
baixarias e o cavaquinho como
o centro, e eram executados nos
pagodes de fundos de quintais
ou tocatas domingueiras onde não
faltava uma mesa com alimentos e bebidas em abundância. A execução dos gêneros europeus era incrementada com a inclusão da cultura afro-carioca e com improvisações e desafios entre os instrumentos solistas e de acompanhamento. O repertório era composto de polcas, xotes, tangos e valsas. As primeiras composições com características próprias de choro foram de Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Ernesto Nazareth. Há relatos de outros conjuntos com
mais instrumentos de corda, e também com outros instrumentos como solistas, como: bandurra,
bandola, bandolim, bombardão,
bombardino, clarineta, flautim,
saxofone, pistom .
A
Joaquim Antônio Calado foi o marco zero da organização destes conjuntos. Professor de Flauta no Conservatório Imperial tinha um grande conhecimento musical e os melhores músicos para seus encontros de Chorões. .
P
ioneiro, foi o primeiro a
classificar com o gênero
Choro uma partitura,
trata-se da polca “Flor
Amorosa” – considerada a
primeira composição do gênero em 1867. No conjunto “Choro do Calado” fazia parte além do próprio Calado, Viriato Figueira e Chiquinha Gonzaga – considerada a primeira chorona. Em 1877 Chiquinha compôs Atraente e em 1897 Gaúcho ou Corta Jaca.
O Corta Jaca rendeu uma indignação por parte de Rui Barbosa – então senador da república, que não aceitou que num jantar no palácio do catete – tratava-se do término do mandato presidencial de Hermes da Fonseca, se executasse o maxixe “Corta Jaca” o qual teve interpretação de Nair de Tefé então primeira dama, esposa de Hermes da Fonseca, acompanhada de Catulo Da Paixão Cearense ao Violão ...
"A mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do Samba. Mas nas recepções presidenciais o “Corta Jaca” é executado com todas as honras de Wagner, e não se quer que a consciência desse país se revolte, que as nossas faces se enrubesçam e que a mocidade se ria!” Rui Barbosa.
8 Revista Samba Acadêmico Abril 2017