Samba Acadêmico Brasil Edição 13 ANO II Abril 2017 | Page 18

Os Cordões

carnavalescos

Cultura Popular Brasileira

Os Cordões Carnavalescos foram motivados pelo Zé Pereira entre outros. Como podemos perceber o Carnaval é incorporado a nossa cultura e assume as características de um povo que estava formando uma identidade cultural única, influenciada pelas culturas europeias, principalmente a portuguesa, a do americano local indígena, o povo africano, culturas que também foram incorporando a resultante desta miscigenação de raça e religiosidade, misticidade e sincretismo gerando a cultura e o aculturamento. O Carnaval só vai experimentar o seu relacionamento com o samba em 1917 com o Samba Maxixado “Pelo telefone”.

Já o Samba não é somente um gênero musical, mas é parte integrante da Cultura Popular Brasileira, incluindo danças, linguagem, vestimentas, culinária, misticidade, poesia, crônicas e vários gêneros musicais e de expressões culturais que tem no seu desenvolvimento o percurso de mais 500 anos.

O Samba não nasceu Samba. O Samba é um processo de centenas de anos que se desenvolveu em território brasileiro de forma ampla e irrestrita. Os batuqueiros nascidos livres, mas feitos escravos, chegam à nova terra, se misturando a cultura local em construção.. E esta construção desenvolve-se em meio a uma miscigenação das culturas dos povos que pioneiramente colonizaram o Brasil - Africanos, Europeus e Asiáticos, e os povos que aqui já se encontravam, misturando a religiosidade através do sincretismo, os costumes, e apesar de ser livre internamente sofreu e sofre na escravidão do preconceito social e se transforma numa Cultura Popular. Cada região brasileira desenvolve suas tradições do Samba.

No Nordeste era chamado de Coco. No litoral norte de Pernambuco Samba Matuto, Na Bahia Samba de Roda e era carregado de Axé. No Rio de Janeiro Samba de Partido Alto. Em São Paulo era chamado de Samba de Roda, Samba de Bumbo, Samba Lenço, Samba Rural, este último batizado por Mário de Andrade. Dentro dos terreiros de Candomblé ou Umbanda, no Sincretismo, nas Festas Profanas Religiosas, ou na incorporação e aperfeiçoamento de instrumentos importados da África, dos Mouros, Portugal, entre outras culturas.

18 Revista Samba Acadêmico Abril 2017