RPL - Revista Portuguesa sobre o Luto 5 | Page 38

maravilhosa! Enfim eu tinha um bebê pra levar para casa!!! Eu agora podia dizer, sem ninguém dizer ao contrário, que eu tinha um bebê é que estava levando para casa.

Eu tenho uma moça de 15 anos, sofreu muito também, em silêncio, ficou no hospital para ver a irmã, me ajuda com ela, a trocar fralda, no banho... É o dengo da irmã...

E aí, posso dizer que o medo ainda, infelizmente, faz parte da vida, a cada respiração dela, se tosse, se tem cólicas, se chora querendo ser alimentada, o medo é um sentimento cruel, olho pra ela e falo: mamãe não sabe mais viver sem você...E não sei! Ela não tapou o vazio deixado pelo irmão, mas iluminou outro lado do meu coração, onde agora há luz, e as trevas que permanecem do outro lado dificilmente atingem… Agora eu tenho luz em mim, mesmo ficando triste nas datas de aniversário e de partida do meu anjo, chorando, eu tenho a Bárbara!!! Minha bebê arco-íris.

Ermelinda Helena Soares e Silva, 37 anos

Costureira de Moda Íntima

Friburgo, Rio de Janeiro (Brasil)

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