Amada Helena
Perdi minha primeira filha Helena, com 17 dias de vida, depois de 12 horas a espera de um leito de UTI neonatal. Foram horas, dias, meses, anos terríveis. Não existe uma forma melhor de dizer isso, e poderia com certeza ser bem pior cada palavra e mesmo assim, não diria o tamanho do impacto que a perda de um filho trás a nossa vida. Depois disso, não conseguíamos decidir se deveríamos ter outro bebê ou não. A vontade de exercermos a paternidade era forte, mas o medo era ainda maior, na realidade nem nos olhamos no rosto por uns seis meses, namorar então, demorou muito tempo. Decidimos que não íamos decidir, qualquer opção era um fardo pesado para carregar, se tivéssemos outro filho e ele partisse, não suportaríamos, mas e se não tivéssemos, conviver em um casamento a dois até a velhice não fazia nosso estilo.
Então deixamos o tempo correr, sem pressão, sem pensar. Um ano depois de ver minha filha pela última vez, peguei meu positivo do meu segundo filho. Em meus lábios havia um sorriso, mas internamente não era isso. Não que fiquei triste, ou com medo, ou feliz, não sabia e até hoje, não sei o que senti: tamanho misto de sentimentos.
Mesmo com toda a dor da perda, coloquei minha cabeça de molho, o instinto materno é incrível!
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