RPL - Revista Portuguesa sobre o Luto 2 | Page 21

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A Solidão de uma Mãe de Dois Anjos…

Minha primeira gravidez foi em 2014, descobri, já estava de 2 meses em Junho. Meu bebê estava sem batimentos… Fiz 2 ultra para ter certeza: foi aborto retido, os médicos não fizeram nada…sempre me mandavam de volta para casa, diziam que não iam poder fazer nada que teria que ser espontâneo, senão ia-me prejudicar numa próxima gravidez. Depois de quase 2 semanas, comecei a sentir dores fortes… saiu espontaneamente. Não sei o que aconteceu nem sabia o sexo, a única coisa que tenho certeza é que já amava incondicionalmente aquele bebê e sempre o levarei no coração.

Depois de 2 anos, eu e meu marido resolvemos tentar de novo. Estava indo tudo muito bem; descobri com 7 semanas, não tinha enjôo, azia, absolutamente nada. Quando foi no 4 mês resolvi troca de ginecologista, a que estava me acompanhando faltava muito. Quando cheguei no outro ginecologista, ele me disse que seria uma menina: fiquei muito feliz! Não tinha como esconder a felicidade que sentia!

Meu mundo desabou no momento em que o médico disse que minha Sophia tinha uma malformação congênita e que poderia chegar a morrer ainda dentro de meu ventre… Naquele momento começou minha solidão, eu não sabia o que pensar… Meu marido também ficou sem reação, conversou com o médico mas ele só dizia que tinha que esperar nascer. Fui em um hospital para ver a opinião de outro médico e ele disse que nesses casos eu poderia optar para fazer aborto mas não aceitei: Deus iria salvar a minha filha!