Revista Universo Saúde Aug. 2014 | Page 18

Mente sã, corpo são, empresa sã! D epressão, estresse, ansiedade. Todos nós já ouvimos falar destes problemas, mas será que estamos dando a atenção necessária a eles dentro do ambiente corporativo? A pressão, os prazos curtos e o alto nível de responsabilidade são apenas alguns dos fatores nal de Epidemiologia Psiquiátrica que contribuem para o aparecimento dos transtornos mentais. É claro que nem sempre estas situações são motivos de preocupa- os transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas. ção. O estresse, por exemplo, não é prejudicial por definição. Inclusive, faz parte da natureza dos animais e serve para melhorar o seu desempenho em determinadas situações de risco. Um bom exemplo de um momento de estresse agudo necessário é a caça, onde a presa e o predador precisam melhorar ao máximo a performance para garantir a sua sobrevivência. Para nós, o estresse é prejudicial quando deixa de acontecer esporadicamente. “O problema é que o ser humano se preocupa demais por antecipação, o que chamamos de ansiedade. Além disso, ele se preocupa todos os dias, fazendo com que o estresse se torne crônico. É aí que está o problema”, explica Dr. Victor Bigelli de Carvalho, Psiquiatra e Diretor Médico do Programa Mental Care. No mundo, cerca de 20% dos adultos tendem a ter algum transtorno mental ao longo da vida. Segundo um estudo do Consórcio Internacio18 aos outros países da América Latina) apresentou a maior prevalência de transtornos mentais na população ces elevados para os transtornos de ansiedade, transtornos do humor e Lutando contra o preconceito ceada vão melhorar a saúde mental do indivíduo. Quanto menos grave o transtorno mental, mais força essas medidas tem e mais ajudam a prevenir problemas futuros”, conta Dr. Bigelli. Saúde mental nas empresas Dentro do contexto corporativo, os setores de medicina do trabalho são responsáveis por realizar a prevenção médica de seus colaborado- Os transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade, carregam consigo um forte estigma. Como a população não tem acesso a informações sobre estas doenças, elas acabam sendo ligadas à preguiça ou consideradas um “exagero” por parte res, com avaliações físicas e exames periódicos. Porém, como a saúde mental entra neste cenário? Do ponto de vista da saúde ocupacional, falar de problemas mentais ainda é muito difícil, já que poucos lugares são abertos a este tipo de dos pacientes, e não um problema que precisa ser levado a sério. O desconhecimento e o preconceito fazem com que boa parte das pessoas que tem algum transtorno não procure atendimento psiquiátrico. Os sintomas e causas destas doenças são complexos e devem ser investigados e tratados o quanto antes, um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença. As possibilidades de tratamento para os transtornos mentais não se diálogo e tem estrutura para realizar atendimentos e dar suporte aos colaboradores. A Organização Internacio- resumem apenas a terapia ou medicamentos. “Todas as medidas que estimulam um estilo de vida saudável, como a prática de atividade física regular e uma alimentação balan- falem a respeito de suas queixas emocionais. Se os serviços de medicina ocupacional não abordarem essas questões, elas não virão à tona, os problemas aumentarão e nada po- aspectos psicológicos e emocionais como fatores de risco importantes para o agravo da saúde dos profissionais. Como exemplo disto, estima-se que, em 2020, a depressão será a causa número um de afastamentos do trabalho. “É preciso abrir os canais de comunicação e permitir que as pessoas Revista Universo Saúde