Mente sã,
corpo são,
empresa sã!
D
epressão, estresse, ansiedade.
Todos nós já ouvimos falar
destes problemas, mas será
que estamos dando a atenção necessária a eles dentro do ambiente
corporativo? A pressão, os prazos
curtos e o alto nível de responsabilidade são apenas alguns dos fatores
nal de Epidemiologia Psiquiátrica
que contribuem para o aparecimento
dos transtornos mentais.
É claro que nem sempre estas
situações são motivos de preocupa-
os transtornos relacionados ao uso
de substâncias psicoativas.
ção. O estresse, por exemplo, não é
prejudicial por definição. Inclusive, faz
parte da natureza dos animais e serve
para melhorar o seu desempenho em
determinadas situações de risco. Um
bom exemplo de um momento de
estresse agudo necessário é a caça,
onde a presa e o predador precisam
melhorar ao máximo a performance
para garantir a sua sobrevivência.
Para nós, o estresse é prejudicial
quando deixa de acontecer esporadicamente. “O problema é que o
ser humano se preocupa demais por
antecipação, o que chamamos de ansiedade. Além disso, ele se preocupa
todos os dias, fazendo com que o estresse se torne crônico. É aí que está o
problema”, explica Dr. Victor Bigelli de
Carvalho, Psiquiatra e Diretor Médico
do Programa Mental Care.
No mundo, cerca de 20% dos
adultos tendem a ter algum transtorno mental ao longo da vida. Segundo
um estudo do Consórcio Internacio18
aos outros países da América Latina)
apresentou a maior prevalência de
transtornos mentais na população
ces elevados para os transtornos de
ansiedade, transtornos do humor e
Lutando contra o preconceito
ceada vão melhorar a saúde mental
do indivíduo. Quanto menos grave o
transtorno mental, mais força essas
medidas tem e mais ajudam a prevenir problemas futuros”, conta Dr.
Bigelli.
Saúde mental nas empresas
Dentro do contexto corporativo,
os setores de medicina do trabalho
são responsáveis por realizar a prevenção médica de seus colaborado-
Os transtornos mentais, como a
depressão e a ansiedade, carregam
consigo um forte estigma. Como a
população não tem acesso a informações sobre estas doenças, elas
acabam sendo ligadas à preguiça ou
consideradas um “exagero” por parte
res, com avaliações físicas e exames
periódicos. Porém, como a saúde
mental entra neste cenário?
Do ponto de vista da saúde ocupacional, falar de problemas mentais
ainda é muito difícil, já que poucos
lugares são abertos a este tipo de
dos pacientes, e não um problema
que precisa ser levado a sério.
O desconhecimento e o preconceito fazem com que boa parte das
pessoas que tem algum transtorno
não procure atendimento psiquiátrico. Os sintomas e causas destas
doenças são complexos e devem
ser investigados e tratados o quanto
antes, um diagnóstico precoce pode
fazer toda a diferença.
As possibilidades de tratamento
para os transtornos mentais não se
diálogo e tem estrutura para realizar
atendimentos e dar suporte aos colaboradores. A Organização Internacio-
resumem apenas a terapia ou medicamentos. “Todas as medidas que
estimulam um estilo de vida saudável,
como a prática de atividade física
regular e uma alimentação balan-
falem a respeito de suas queixas emocionais. Se os serviços de medicina
ocupacional não abordarem essas
questões, elas não virão à tona, os
problemas aumentarão e nada po-
aspectos psicológicos e emocionais
como fatores de risco importantes
para o agravo da saúde dos profissionais. Como exemplo disto, estima-se
que, em 2020, a depressão será a
causa número um de afastamentos
do trabalho.
“É preciso abrir os canais de comunicação e permitir que as pessoas
Revista Universo Saúde