Revista Tecnicouro - Edição 313: comepleta Ed. 316 - completa (Jan/Fev) – 2020 | Page 91
Mediador do debate,
Paulo Griebeler diz
que Novo Hamburgo
pode usar todo
o know-how e a
inteligência do calçado
para diversificar sua
economia
Cigam e Fish TV como casos de sucesso
O
segundo painel da tarde
apresentou dois empreen-
dimentos que são casos de sucesso
hamburguenses: a empresa de gestão
empresarial Cigam Software Empre-
sarial e a empresa de mídia Fish TV.
O presidente-executivo do Instituto
Brasileiro de Tecnologia do Couro,
Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo
Ricardo Griebeler, foi o mediador.
O primeiro a falar foi o CEO da
Cigam, Robinson Klein. No mercado
de software de gestão empresarial
desde a década de 1990, a empresa
está presente em 23 unidades da
Federação, com mais de 80 postos de
atendimento em todo País e conta
com mais de 800 colaboradores. Só
em Novo Hamburgo são 250 traba-
lhadores. E tudo começou, segundo
Klein, com a conquista do 1º Prêmio
Mostratec, com um software de reco-
nhecimento de voz, em 1985.
A Cigam começou com esse nome
em 1990 e foi a terceira empresa em
que Robinson empreendeu desde a
experiência escolar. As outras duas
não deram certo. “Isso faz parte
do empreendedorismo. É preciso
arriscar, tentar, tentar de novo, para
que as coisas funcionem”, contextu-
alizou. A Cigam é atualmente uma
fornecedora de software de gestão
empresarial (ERP, CRM, RH, BPM,
Mobile e BI), com quase três décadas
de experiência nessa área. Em bases
instaladas de ERP (Sistema Integrado
de Gestão Empresarial), é a primeira
do Sul do País e está entre as cinco
maiores no território nacional, com
mais de cinco mil clientes. “Sempre
temos algo para melhorar e com a
nova economia, precisamos também
inovar. Hoje, produtividade faz parte
da cultura da empresa, que só se
estabeleceu depois de décadas de
ajustes, erros e acertos. Esta cultura
se multiplica por todo sistema, pois
para fazer um software completo,
que agrega as melhores práticas de
gestão do mercado e facilidade de
uso, é necessário que seja fácil fazer
o software”, frisou.
Fish TV
Logo após, o fundador da Fish TV,
Luiz Motta, relatou o surgimento e
crescimento da emissora. Com sede
em Novo Hamburgo, o canal por
assinatura, criado em 2012, possui
hoje uma equipe com 72 profissionais
e contabiliza mais de 11 milhões de
telespectadores por mês, segundo
dados referenciados ao Instituto Bra-
sileiro de Opinião Pública e Estatísti-
ca (Ibope). Ao todo, são 30 programas
diferentes, com mais de 5 mil episó-
dios produzidos e apresentadores
oriundos de 16 estados brasileiros.
Luiz antecipou ainda que a emissora
está em tratativa para estrear em
2021 sua primeira série mundial pela
Netflix, ambientada na Amazônia.
O desenvolvimento da emissora
iniciou após a decisão do empreende-
dor de, após se aposentar, dar a volta
ao mundo pescando. De passagem
pelos Estados Unidos, porém, preci-
sou postergar a prática por três dias,
quando um furacão atingiu a Flórida.
Foi quando ele conheceu os canais de
pesca que passavam na TV do hotel.
A experiência fez com que, aliado ao
filho Guilherme, passasse a fomentar
a criação de uma emissora do nicho
no Brasil. “A Fish TV é um caso de su-
cesso e de namoro. O DNA da pesca
está na família desde sempre. Escrevi
durante oito anos uma coluna sobre
pescaria. Isso me fez conhecer muitas
pessoas, técnicas e países. Em 2012,
idealizamos um canal de pesca no
Brasil. Meu filho sugeriu começarmos
pela internet. Colocávamos um pro-
grama por dia. Só que a velocidade
do nosso negócio foi tão rápida que
entramos em uma operadora de TV a
cabo no mesmo ano”, resgatou.
O mediador Paulo Griebeler
lembrou que todas as experiências
exitosas começam por um sonho. Ele
elogiou ainda a realização do semi-
nário e os possíveis impactos para
Novo Hamburgo. “Estou há 40 anos
no setor coureiro-calçadista. Novo
Hamburgo tem toda a inteligência e
know how na produção de calçados
para diversificar os mercados de atu-
ação. O próprio IBTeC está passando
por mudanças. Hoje, a inteligência do
calçado ainda está aqui, mas há espa-
ço para inovarmos. Espero que daqui
a 10 anos esta semente que estamos
plantando represente a quebra de um
paradigma, uma provocação que fez
a cidade melhorar”, destacou.
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