Revista Tecnicouro - Edição 313: comepleta Ed. 316 - completa (Jan/Fev) – 2020 | Page 14
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“Saúde e conforto
estão lado a lado
com a segurança
e proteção”
Deivis Gonçalves,
Gestor de Inovação do IBTeC
Novidades foram apresentadas
na maior feira do setor e o IBTeC/
Tecnicouro participaram pela
primeira vez com estande
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• janeiro | fevereiro
ara reduzir a fadiga dos tra-
balhadores, foi usada a tec-
nologia Infinergy, uma espuma par-
ticulada com propriedades de mola
e amortecimento no calcâneo e na
entressola. A entressola, em especial,
é leve, apresentando resiliência e
durabilidade. Além disso, a palmilha
fabricada também com Elastollan
oferece boa aderência e resistência à
abrasão. “Atualmente, os consumido-
res buscam looks mais leves e espor-
tivos, mas com conforto e seguran-
ça”, disse o vice-presidente de Novos
Mercados e do negócio de Materiais
de Performance, Gerd Manz. “Apesar
do modelo ainda só existir virtual-
mente, temos a certeza de que a divi-
são de materiais de performance da
Basf pode abrir novas possibilidades
de design e incentivar as marcas de
calçados de segurança”, considerou.
Este lançamento ilustra não so-
mente uma tendência, mas uma re-
alidade que já acontece no setor de
calçados de segurança, proteção e
ocupacional apontada pelo gestor
de inovação do Instituto Brasileiro
de Tecnologia do Couro, Calçado e
Artefatos (IBTeC), Deivis Gonçalves,
durante a sua palestra no Happy
Hour com Tecnologia realizado em
novembro na sede do instituto, em
Novo Hamburgo/RS.
O evento teve como objetivo
justamente apresentar as novidades
observadas por Deivis durante a sua
viagem à maior feira deste segmento,
a A+A ocorrida na Alemanha, da qual
ele participa desde 2010.
Antes de falar sobre os lança-
mentos, ele salientou que há muitas
oportunidades neste mercado e as
empresas não precisam continuar a
fazer somente calçados baratos, obe-
decendo padrões de design com pou-
ca criatividade. “Ao bem da verdade,
não é que os calçados brasileiros
sejam ruins, pelo contrário. Há muita
tecnologia envolvida e uma série de
normas técnicas a serem cumpridas
antes de se colocar no mercado um
calçado ocupacional, de segurança e
proteção. Mas dá, sim, para fazer cal-
çados mais elaborados, sem deixar
de lado as normas que garantem a
proteção do usuário. Porém, para se
atingir este objetivo é necessário ter
pensamento inovador”, defendeu o
profissional, complementando com a
afirmação de que algumas empresas
brasileiras já estão oferecendo pro-
dutos mais arrojados.
Deivis apresentou dois vídeos, o
primeiro se referia a um estudo sobre
a indução de pessoas à repetição de
um comportamento nada convencio-
nal para o cenário onde elas estavam,
sem que questionassem o motivo
para isso. O outro era uma frase escri-
ta de forma que as pessoas ao lerem
são induzidas ao erro de interpreta-
ção do texto e com isso acham que
ela não está correta. Esses exercícios
serviram para fazer os participantes
pensarem sobre o ato de reproduzir
sempre o que já está posto e também
para fazerem uma autocrítica sobre
se realmente fazem a leitura certa
do que está diante de si. Pois ambas
as situações podem levar a equívo-
cos, inclusive nas escolhas das em-
presas.
“O motivo para as pessoas pensa-
rem que a frase está mal escrita é que
o cérebro humano gasta muita ener-
gia do nosso corpo para funcionar e
por isso ele trabalha pra que se faça
o menor esforço sempre, o que, no
caso da leitura, as levou ao erro. Mas
isto é uma situação que pode aconte-
cer em diferentes circunstâncias du-
rante o dia sem que a gente perceba.
Então para que o pensamento inova-
dor ocorra é necessário aprender a
pensar diferente, para buscar sempre
novas maneiras de ver uma mesma
situação, e não economizar energia
com o pensamento. Quando se fala
em calçado de segurança, é provável
que se tenha em mente algo como
uma botina preta, com sola injetada,
mas quem disse que tem mesmo que
ser assim?”, contextualizou.