oportunidades de negócios
E
mpresas multinacionais bra-
sileiras acreditam que a guer-
ra comercial entre a China e
os EUA, a disputa comercial entre a
União Europeia e os EUA e o Brexit
abrirão oportunidades de negócios
para elas em 2020, de acordo com um
novo estudo desenvolvido pela TMF
Group, provedora global líder em ser-
viços administrativos de alto valor. De
acordo com o relatório, que entrevis-
tou 1.770 empresários do Brasil, EUA,
China, Reino Unido, Cingapura, Índia
e França, quase metade (41,6%) das
empresas brasileiras antecipa que a
disputa comercial entre a China e os
Estados Unidos terão um impacto po-
sitivo nos negócios no país. Mais de
um terço (35,6%) enxerga que a saída
do Reino Unido da UE criará novas
oportunidades. Quase o mesmo nú-
mero (35,2%) acredita que a disputa
entre a UE e os EUA terá um impacto
positivo nos negócios no Brasil.
Um número menor pensa o con-
trário: um terço dos entrevistados
(32,4%) acredita que a disputa comer-
cial entre China e EUA terá um impac-
to negativo sobre os negócios no Bra-
sil, 27,2% espera que o Brexit terá um
impacto potencialmente negativo so-
bre negócios no País, enquanto 23,6%
acreditam que as disputas comerciais
entre a União Europeia e os EUA terão
um impacto negativo nos negócios no
Brasil.
Entre os empresários de diferentes
países que participaram da pesquisa,
os brasileiros estão em segundo lugar
na lista dos mais otimistas quanto às
vantagens da guerra comercial EUA-
China, logo atrás dos indianos, que li-
deram com 43% de expectativas posi-
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• março | abril
tivas. As empresas do Reino Unido são
as menos positivas (26,9%) sobre os
efeitos da guerra comercial em seus
negócios.
O Brasil lidera o percentual de
empresas que intensificaram as ope-
rações - como expansão do quadro de
funcionários, aumento na capacidade
de produção etc. - em outros países
para evitar serem afetadas por dis-
putas comerciais: quase metade das
empresas (49,2%), seguida de perto
pela Índia (47%) e pela China (46,4%)
contra 37,8% das empresas em Cin-
gapura, 32% nos EUA, 26,5% no Reino
Unido e 26% na França
Para Rodrigo Zambon, diretor ge-
ral da TMF Brasil, à medida em que a
janela do comércio internacional se
amplia para o País, as empresas preci-
sam garantir que compreendem com-
pletamente os requisitos necessários
que devem atender para se qualifica-
rem como parceiros de negócios nos
mercados dos EUA e da UE.
“No contexto atual, as empresas
que contam com especialistas no as-
sunto para se tornarem compatíveis
com os requisitos regulamentares te-
rão vantagem. A dinâmica do merca-
do é intensa e geralmente beneficia
aqueles que se prepararam anterior-
mente para lidar com novos regula-
mentos e requisitos de conformidade.
Vemos uma demanda crescente por
serviços de conformidade e por ser-
viços de suporte ao comércio interna-
cional”, disse Zambon.
Apesar do cenário de crescimento
esperado pelas empresas brasileiras,
apenas um terço delas (32,8%) sente-
se muito confiante de estar em total
conformidade com as leis e regula-
mentos locais de suas afiliadas. Para
Zambon, “um parceiro especializado
para ajudar as empresas multinacio-
nais a cumprir as leis e regulamentos
locais de cada país pode facilitar o
crescimento e evitar problemas futu-
ros. As empresas não podem permitir
que problemas como esses sejam obs-
táculos em seu caminho”.
GUERRAS COMERCIAIS E O BREXIT COMO