MERCADO
Cenário preocupa
Pesquisa inédita da FENAVIST revela queda no número de vagas na segurança
privada no primeiro semestre
S
e “conhecimento é poder”, como
proferiu o filósofo, matemático
e teórico político inglês Thomas
Hobbes (1588–1679) em seu famoso Leviatã, os empresários da segurança privada no Brasil estão mais poderosos.
Estudo inédito da Federação Nacional das
Empresas de Segurança e Transporte de
Valores (FENAVIST) comprova que a crise
econômica do país teve impacto direto no
setor de segurança privada nos primeiros
seis meses do ano.
O primeiro semestre de 2015 segue a
tendência de outros segmentos, de redução de empregos com carteira assinada.
O setor enxugou mais de 10 mil postos
de trabalho. No acumulado dos últimos
12 meses, a queda foi de mais de 6 mil
vínculos empregatícios.
No primeiro semestre, as vagas encolheram em todo Brasil, com destaque
para o Sudeste, que perdeu 5,5 mil profissionais – mais da metade do registrado
no país (-10.297).
De julho de 2014 a junho de 2015, o
Sudeste empregou e demitiu mais mão
de obra na vigilância e segurança privada:
99.890 admissões e 104.746 demissões
(-4.856 vagas). Somado ao total das atividades de transporte de valores (-1.547), a
região reduziu 6.403 postos de trabalho.
A análise das contratações em todo
o país, a partir de 2007, apontou que a
queda em 2015 é o pior resultado nos
últimos nove anos.
“Sabíamos que o mercado de trabalho no
setor de segurança privada vinha acompanhando os demais segmentos econômicos,
reduzindo contratações e demissões, porém, não sabíamos quantificar esse montante. Esse estudo possibilita traduzir a
realidade em números e contribuir para a
tomada de decisões”, analisa o presidente
da FENAVIST, Jeferson Furlan Nazário.
Parâmetro para o setor
A pesquisa foi desenvolvida pelo Departamento de Estatística da Federação
(DEF), em parceria com os ministérios
do Trabalho e Emprego (MTE) e da Previdência Social (MPAS), com o objetivo
de revelar para empresas, entidades
sindicais laborais e patronais, comunidade científica e para a mídia dados
relevantes sobre o mercado de trabalho
no segmento.
É o primeiro levantamento do gênero
no país. “Não temos conhecimento de
estudos similares específicos para o setor
de segurança privada, nem no Brasil, nem
no mundo. O que se tem são estudos mais
abrangentes, como do setor de serviços,
indústria, comércio etc.”, afirma Jeferson
Furlan Nazário.
“É fundamental termos um banco de
dados orientador. As entidades existem
também para produzir conhecimento ligado ao mercado, com informações fidedignas, das melhores fontes, para embasar as ações de seus associados”, avalia o
presidente do Sindicato das Empresas de
M