Revista Sesvesp Ed.124 | Page 20

ANÁLISE Gestão de segurança em empreendimentos comerciais de grande porte D EDILSON CARNEVALI Gestor de segurança empresarial, oficial da reserva do Exército, com MBS e MBA em Gestão Estratégica, de Segurança, e expertise em gestão de segurança, em multinacionais de grande porte nos segmentos de varejo, logística e consultoria iante de um cenário em que a segurança se torna cada vez mais necessária e procurada pelos cidadãos, e as pesquisas de mercado apontam como um fator prioritário no mundo contemporâneo, temos de redobrar a atenção não só com os pequenos delitos, mas também com situações que possam causar grande impacto negativo, pondo pessoas em risco, danificando o patrimônio tangível e intangível ou prejudicando o comércio e lazer locais. Na pirâmide abaixo, apresentada pelo renomado psicólogo norte-americano Abraham Maslow em sua proposta Hierarquia de Necessidades, a segurança aparece logo após as necessidades fisiológicas, o que inclui a proteção contra a violência, para saúde, os recursos financeiros e outros. Autorrealização Status-Estima Sociais Segurança Fisiológicas 20 | Revista SESVESP Algumas redes de shopping centers possuem essa visão, mas outras ainda necessitam aprimorar seus sistemas. A situação política, social e econômica do país indica uma probabilidade de aumento nos índices de criminalidade para casos de fraude, estelionato, furto, roubo e sequestro relâmpago. Hoje, como exemplo, temos famílias que deixam seus filhos nos shoppings, transferindo a responsabilidade da segurança deles para os centros comerciais. Atualmente, a segurança é necessária e requer investimentos em bons profissionais e equipamentos, o que demanda um estudo detalhado, baseado em ferramentas metodológicas disponíveis no mercado. Um bom exemplo para mensurar e aumentar o nível de segurança de um empreendimento é a norma ISO 31.000, que fornece princípios e diretrizes para a gestão de riscos. Como ela é genérica, pode ser utilizada em qualquer segmento. Permite aumentar a probabilidade de atingir os objetivos traçados, é parâmetro internacional, favorece a governança, estrutura planejamentos e norteia a tomada de decisões, além de refletir na eficiência e eficácia do empreendimento e de suas equipes. Algumas medidas devem ser avaliadas, adotadas e/ou reforçadas: • Treinamento da equipe de vigilância: quanto mais capacitada, melhor administrará as ocorrências; • Parceria com as equipes de vendas/demais operações: bem orientadas, elas serão uma extensão da segurança; • Maior ostensividade da segurança: a palavra-chave é inibir, mas a ostensividade precisa de profissionais inacessíveis fisicamente, o que será um grande obstáculo para maiores ações contra o estabelecimento; • Emprego de equipe velada: jogar com o fator surpresa a nosso favor; • Investimento em recursos eletrônicos: bem dimensionados, podem auxiliar muito; deve-se considerar a utilização de recursos analíticos e o monitoramento externo da central de observação do shopping; • Revisão de procedimentos: sempre; • Revisão e treinamento dos planos de ação: não adianta um plano de ação se ele nunca é treinado; • Revisão do planejamento estratégico de gerenciamento de crise: o que fazer, como, quando, quem... tudo deve ser previamente bem definido; • Ações de marketing da segurança para o público interno e externo: todos devem saber que a segurança está presente e atenta. Importante observar que todas essas ações devem estar em conformidade com a missão, visão e os valores do empreendimento. Em resumo: segurança é corresponsabilidade de todos.