ANÁLISE
Gestão de segurança
em empreendimentos
comerciais de grande porte
D
EDILSON CARNEVALI
Gestor de segurança
empresarial, oficial da reserva
do Exército, com MBS e MBA
em Gestão Estratégica, de
Segurança, e expertise em
gestão de segurança, em
multinacionais de grande
porte nos segmentos de
varejo, logística e consultoria
iante de um cenário em que a segurança se torna cada vez mais necessária
e procurada pelos cidadãos, e as pesquisas de mercado apontam como um
fator prioritário no mundo contemporâneo, temos de redobrar a atenção não só com os pequenos delitos, mas também com situações que
possam causar grande impacto negativo, pondo pessoas em risco, danificando o patrimônio
tangível e intangível ou prejudicando o comércio e lazer locais.
Na pirâmide abaixo, apresentada pelo renomado psicólogo norte-americano Abraham
Maslow em sua proposta Hierarquia de Necessidades, a segurança aparece logo após as necessidades fisiológicas, o que inclui a proteção
contra a violência, para saúde, os recursos financeiros e outros.
Autorrealização
Status-Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
20 | Revista SESVESP
Algumas redes de shopping centers possuem
essa visão, mas outras ainda necessitam aprimorar seus sistemas. A situação política, social
e econômica do país indica uma probabilidade de aumento nos índices de criminalidade
para casos de fraude, estelionato, furto, roubo
e sequestro relâmpago. Hoje, como exemplo,
temos famílias que deixam seus filhos nos shoppings, transferindo a responsabilidade da segurança deles para os centros comerciais.
Atualmente, a segurança é necessária e requer investimentos em bons profissionais
e equipamentos, o que demanda um estudo
detalhado, baseado em ferramentas metodológicas disponíveis no mercado.
Um bom exemplo para mensurar e aumentar o nível de segurança de um empreendimento é a norma ISO 31.000, que fornece
princípios e diretrizes para a gestão de riscos. Como ela é genérica, pode ser utilizada
em qualquer segmento. Permite aumentar a
probabilidade de atingir os objetivos traçados, é parâmetro internacional, favorece a
governança, estrutura planejamentos e norteia a tomada de decisões, além de refletir na
eficiência e eficácia do empreendimento e de
suas equipes.
Algumas medidas devem ser avaliadas,
adotadas e/ou reforçadas:
• Treinamento da equipe de vigilância:
quanto mais capacitada, melhor administrará
as ocorrências;
• Parceria com as equipes de vendas/demais operações: bem orientadas, elas serão
uma extensão da segurança;
• Maior ostensividade da segurança: a palavra-chave é inibir, mas a ostensividade precisa de profissionais inacessíveis fisicamente,
o que será um grande obstáculo para maiores
ações contra o estabelecimento;
• Emprego de equipe velada: jogar com o
fator surpresa a nosso favor;
• Investimento em recursos eletrônicos:
bem dimensionados, podem auxiliar muito; deve-se considerar a utilização de recursos analíticos e o monitoramento externo da central de
observação do shopping;
• Revisão de procedimentos: sempre;
• Revisão e treinamento dos planos de
ação: não adianta um plano de ação se ele nunca é treinado;
• Revisão do planejamento estratégico de
gerenciamento de crise: o que fazer, como,
quando, quem... tudo deve ser previamente
bem definido;
• Ações de marketing da segurança para o
público interno e externo: todos devem saber
que a segurança está presente e atenta.
Importante observar que todas essas ações
devem estar em conformidade com a missão, visão e os valores do empreendimento.
Em resumo: segurança é corresponsabilidade de todos.