Revista Sesvesp Ed. 99 - Janeiro / Fevereiro 2011 | Page 28
DESTAQUE
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Lilian Ferracini
privados. Os campos de atuação próprios de cada
uma requerem integração e complementaridade:
a segurança privada complementa a segurança
pública e esta tem a visão do todo.
No dia 14 de fevereiro, o Coordenador geral participou de um seminário promovido pelo governo
britânico, intitulado UK-Brazil Sport Security Event
– Securing the Olympics, que contou com a presença do Vice-Primeiro Ministro britânico, Nick Clegg;
do Ministro de Relações Exteriores para a América
Latina, Ásia e Caribe, Jeremy Browne; do Ministro
da Justiça, José Eduardo Cardoso; e do Ministro dos
Esportes, Orlando Silva. “Os ingleses estão muito
avançados na preparação de seu país para sediar
os Jogos Olímpicos de 2012, por isso, fomos obter
mais informações e vimos que os nossos trabalhos
– na área de segurança – se coadunam”, declarou
Dr. Adelar Anderle, Coordenador Geral de Controle da Segurança
o Delegado.
Privada, da Polícia Federal
E entre os dias 22 e 24 de fevereiro, Dr. Adelar
participou do Seminário Geral das Sedes da Copa do Mun- por José Hilário Medeiros. É essa Gerência que irá contrado, palestrando sobre o conceito intramuros da segurança tar as empresas de segurança, diretamente, sem ter que se
submeter a licitações, pois se trata de uma empresa privada.
privada.
Sobre esse conceito, vale ressaltar que a FIFA assume a Perguntado sobre como as empresas podem candidatar-se
responsabilidade de toda a área do estádio pelo período de a prestar os serviços de segurança, no Seminário Geral das
três meses – um antes do evento, durante e um mês depois Sedes da Copa do Mundo, Medeiros disse que ainda não
do Mundial – sendo responsável por todo o patrimônio e chegou nesse estágio. Mas Dr.Adelar já avisa que esse não é
circulação de pessoas. “Assim, é natural que esse modelo um assunto da PF.“A Polícia Federal não intervém na questão
tenha que ser integrado com a segurança pública, que cuida negocial. Apenas poderemos fornecer informações sobre a
do entorno do estádio e que certamente deverá intensificar a legalidade ou não de determinado elenco de empresas e sosegurança durante a realização dos jogos. Mas, internamente, bre o número de vigilantes. Mas não podemos e não iremos
no complexo do estádio, nas tendas dos patrocinadores, em interferir no ato negocial”, enfatiza.
Entretanto, Dr.Adelar espera que não aconteça o mesmo
toda a área de circulação de pessoas, como estacionamentos,
catracas, etc. ficará a cargo da segurança privada. Nessas áreas, que na África do Sul. Segundo ele, apenas uma empresa de
inclusive, haverá órgãos do Governo como juizados oficiais, vigilância assumiu a proteção de quatro estádios, sem ter
federais e estaduais, organismos de saúde, Corpo de Bom- capacidade para isso. Cada estádio demandava o emprego
beiros, entre outros. A PM vai exercer um papel muito mais de três mil vigilantes, contingente total da empresa. A saída
ativo, como garantidora da segurança física. Então, deverá para preencher os demais nove mil postos foi pegar vigilantes
haver alguns quiosques dentro desse complexo e também emprestados de outras empresas e, por fim, acabar recrualgumas salas reservadas em cada anel da arena para a PM, tando pessoas no meio da rua, sem nenhuma qualificação.
que só intervirá sob demanda, em casos de grave perturbação No entanto, a estratégia não foi bem-sucedida porque essas
da ordem ou crime, senão toda a operação é realizada pela pessoas recrutadas de última hora acabaram sendo empresegurança privada”, conta Dr.Adelar.“E é importante ressaltar gadas por um valor menor do que os vigilantes formais,
que como a FIFA é responsável pelo evento, a responsabili- que também não tiveram seus salários reajustados, como
dade por eventuais danos ao patrimônio ou à pessoa, sejam aconteceu com todo o mercado sul-africano. Ou seja, diante
eles materiais ou morais, é da FIFA e da empresa que está da possibilidade de ganhar mais cumprindo outras funções,
aqueles “arrebanhados” nas ruas acabavam abandonando os
prestando serviços”.
Essas deliberações fazem parte do que tem sido acordado postos, sobrecarregando os vigilantes formais que, desconaté o momento, através da Gerência Geral de Segurança do tentes, entraram em greve. A solução foi buscar os alunos
Comitê Organizador Local da Copa 2014 (COL), liderada das escolas de polícia para cobrir os postos de vigilância.
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