Revista Sesvesp Ed. 99 - Janeiro / Fevereiro 2011 | Page 11
ARTIGO
Desenvolvimento
econômico,
distribuição de
renda, incremento do
turismo, realização
de eventos como a
Copa e Olimpíadas,
crescimento e
sofisticação da
criminalidade,
abertura de novos
campos de trabalho
são fatores que
garantem o aumento
da atividade do
setor de segurança
nos próximos anos.
Mas para chegar lá,
é preciso remover
obstáculos e enfrentar
ameaças
isolada, é insuficiente.
CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA - O custo da insegurança no Brasil consome quase
11% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. A avaliação integra o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a violência nas cidades. Segundo o estudo, US$ 49
bilhões são gastos no Brasil em segurança por ano - 60% vêm do bolso dos cidadãos. Para
a entidade, as grandes aglomerações somente serão seguras quando os níveis de desigualdade forem reduzidos. O medo do crime é um dos fatores que mais influenciam hoje a
vida cotidiana dos brasileiros.
Os secretários de segurança tem justa preocupação com a crise no combate à criminalidade. A polícia não funciona e o Judiciário menos ainda.
Uma pessoa que cometa um crime na capital paulista tem 1 chance em 20 de ter de
responder na Justiça (5,2%). E mais da metade dos processos só é aberta porque o autor
do crime foi pego em flagrante. Se isso não ocorrer, a chance de a investigação policial descobrir o criminoso é de apenas 1 em 40 (2,5%)
Um mapa da impunidade resulta do cruzamento feito de dados da produção do Ministério
Público Estadual entre 2002 e 2009 com os crimes registrados pela Secretaria da Segurança
Pública. Os furtos registrados nas delegacias são o tipo de crime com menor número de
denúncias no Judiciário: só 3,1% viram processos. No caso dos roubos, esse número sobe
para 4,8%. Entre os crimes com maior índice de resolução estão os homicídios: 32% viram
ação penal. Já o alto índice de resolução de estupros (41%) se deve ao fato de que os poucos casos denunciados pelas vítimas geralmente têm autoria conhecida.
Recente pesquisa do IBGE mostrou que as vítimas de roubo e furtos que procuram as
delegacias aumentaram, mas que é cada vez maior o número das que não os denunciam.
Nada menos que 7,3%, cerca de 12 milhões de pessoas, foram vítimas em 2009. Pela
mesma enquete , 77 milhões de pessoas teriam medo de andar pelas ruas.
Quanto maior a renda, maior a proporção de vítimas desses crimes. Os roubos foram
concentrados em vias públicas (70,5% dos casos). Já os furtos ocorreram mais em residências (47,6%). Telefone celular e dinheiro, cartão de débito ou de crédito ou cheque foram
os principais alvos de roubo
Mais da metade das v