Revista Sesvesp Ed. 98 - Setembro / Dezembro 2010 | Page 47

ARTIGO Etnocentrismo: o Oposto da Democracia C Carlins Ferraz dos Santos Administrador, MBA – Executivo em Gestão Estratégica Empresarial pelo NAIPPE/ USP; Pós graduado em Administração de Recursos Humanos, pelo Unifieo, e Mestrando em Psicologia Educacional. hegamos ao final de mais um ano. Neste ano, procurei fornecer aos meus leitores e amigos, artigos sobre os mais diversos temas, envolvendo: ser humano, liderança, comunicação, relações interpessoais, verdade e poder, entre outros. Neste último artigo do ano, a minha inquietude me levou a escrever sobre Etnocentrismo, o oposto da Democracia. A intenção é promover uma reflexão sobre como você tem estabelecido suas relações sociais. Que tipo de cultura você cultiva? O texto abaixo lhe proporcionará fundamentação suficiente para você se analisar e analisar seu entorno social, e a partir daí tomar uma decisão a respeito do que julgar melhor para você. Registramos no dia 03/12/10 – 20:00hs, encontro anual com a democracia, onde pessoas que representam o segmento da segurança privada se entrelaçaram em um ambiente de confraternização e troca de idéias, que culminaram em um grande divertimento; foi muito bom. O ser humano que esteja inserido em um conjunto cultural tem de dar sentido a suas relações com a natureza. Como ser histórico, o homem é um ser cultural. No dizer de Laraia (2002), “o homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquirida pelas numerosas gerações que o antecederam [...]”. Compreendendo e transformando a natureza, ele a humaniza; reconhecendo o outro, ele se humaniza e, assim, cria um mundo propriamente humano, que é o mundo da cultura, o mundo histórico. Uma das visões do homem diante da natureza é a visão holística, na qual o homem faz parte de algo maior e que deve ser submetido a sua ordem e forças. A desordem da personalidade, diante de uma nova cultura, será determinada pela cultura originária. Deve-se levar em consideração a identidade de cada um. O modo peculiar da existência de um indivíduo é fruto das relações entre ele e os grupos sociais a que pertence, (no nosso caso o segmento da Segurança Privada). A partir do momento em que a alteridade é menosprezada e desrespeitada, perde-se a noção de que, mesmo diferentes,“todos os humanos, sem exceção, são definidos como homens” (BARRETDUCROCQ, 2000). Pessoas diferentes, dentro de uma igualdade: a espécie humana. Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença e de ver o mundo com os olhos do outro. É uma visão de mundo em que um determinado grupo se coloca como centro do universo: pensando apenas em seus valores, seus credos e sua cultura. Já no plano dos sentimentos, pode ser medo, estranheza. No etnocentrismo estão envolvidos tanto o lado racional, como o sentimental, abstrato. Os dois lados estão normalmente presentes na sociedade e não são percebidos. No cotidiano, as atitudes etnocêntricas são comuns e corriqueiras. Em todas as épocas, em todas as sociedades podemos observar o etnocentrismo a