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VI ESSEG redução do número de contratantes, devido à crise econômica. A queda no faturamento era uma consequên- cia natural”, afirma o presidente da Fenavist, Jeferson Nazário. Ele ainda explica que os resul- tados não são ruins apenas para o setor e para a economia do país, mas também para o governo. “Mais de 80% do faturamento do segmento retorna para os gover- nos municipal, estadual e federal em impostos e encargos sociais. Somos responsáveis por cerca de 0,5% do PIB do Brasil. Logo, o governo tem arrecadado menos também. Além disso, são menos vigilantes nas ruas ajudando a ga- rantir a segurança da população, e permitindo que os policiais atuem onde de fato são necessários, que é na segurança ostensiva”, argu- menta Nazário. SOLUÇÃO Esse cenário poderia ter sido minimizado se o Projeto de Lei 4238/12, conhecido como Estatuto da Segurança Privada, que reúne mais de uma centena de propos- tas que tramitavam no Congresso Nacional sobre o tema, tivesse sido votado. Segurança em even- tos, proteção da área externa de presídios e outras propriedades militares são apenas algumas das atividades que o segmento pode- ria assumir a responsabilidade, de forma a desafogar a segurança pública, como ocorre nos países do primeiro mundo. O Estatuto da Segurança Pri- vada tramitou por sete anos até estar pronto para ser votado, em regime de urgência, pelo Plenário do Senado, no final de 2017. Por motivos desconhecidos, a proposta, que conta com o apoio dos traba- lhadores, Polícia Federal (órgão responsável pela fiscalização e regulamentação da atividade) e dos empresários, não foi votada. Agora com o início da nova le- gislatura, também sem uma expli- cação sólida, o relator da proposta na Comissão de Transparência e Finanças, senador Randolfe Ro- drigues (Rede-AP), solicitou uma nova audiência pública, o que atrasa ainda mais a tramitação. “Centenas de policiais que pode- riam retornar às ruas, reforçando o efetivo, sem a necessidade de recursos do governo que enfrenta sérios problemas de caixa, conti- nuarão subutilizados, uma vez que sem a aprovação da nova lei, a se- gurança privada não pode assumir novas funções”, afirma o presiden- te da Fenavist. OUTROS DADOS O VI ESSEG foi desenvolvido a partir do cruzamento de dados do Ministério da Economia, Secreta- ria de Previdência Social, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Receita Federal, Polícia Federal entre outros. A análise das informações coube ao Departamento de Estatística da Fenavist. EMPRESAS Segundo o levantamento, em 2018, existiam 2.694 empresas autorizadas a atuarem na segurança privada. A região Sudeste concen- tra a maior parte, são 1.062 empre- sas (39,4%). Em seguida, aparece o Nordeste (593/7,7%). Do total de empresas autoriza- das, 296 são cursos de formação. O número se manteve estável em relação a 2014, quando existiam 297 escolas aptas a darem o curso de formação de vigilantes. NÚMERO DE TRABALHADORES E VIGILANTES Atualmente, há 553.905 postos de trabalho. Também no quesito número de trabalhadores a região Sudeste lidera. São 272.224 (49,1%). No Nordeste, são 111.893 (20,2%). O Sul possui 84.538 trabalhadores (15,3%). Depois, aparecem o Cen- tro-Oeste, com 53.841 (9,7%), e o Norte, com 31.409 (5,7%). Do total de trabalhadores, 476 mil são vigilantes. O restante dos empregados atua em outras fun- ções nas empresas. REAJUSTE SALARIAL Em 2018, o reajuste médio dos salários dos vigilantes foi de 2,43%. O valor fica abaixo da inflação (3,39%). No entanto, desde 2014, os trabalhadores tiveram um ganho real de 7,32%. A média salarial é de R$ 2.139,80. O valor é 25,7% maior que o pago em 2014. Além disso, 55% dos tra- balhadores recebem entre dois e três salários mínimos. VEÍCULOS No segmento de segurança privada existem 4.726 carros-fortes. Ainda no transporte de valores, são utili- zados 826 carros leves. Na escolta armada são utilizados 3.620 carros. Existem outros 6.125 veículos em- pregados no setor. ESCOLARIDADE O segmento de segurança privada apresenta uma predominância de trabalhadores do sexo masculino, que totalizam 90,3%. Quase 70% dos profissionais têm entre 30 e 49 anos. E aproxi- madamente 75% possuem ensino médio ou mais. Revista SESVESP 11