REGULAÇÃO
CLANDESTINIDADE FAZ MAIS UMA VÍTIMA : UNIVERSITÁRIO MORRE APÓS SER AGREDIDO POR SEGURANÇAS EM CASA NOTURNA DE SANTOS
LUCAS MARTINS DE PAULA TINHA 21 ANOS E FOI ESPANCADO POR TER QUESTIONADO R $ 15 A MAIS NA SUA CONTA DE CONSUMO
No último dia 29 de julho , o estudante universitário Lucas Martins de Paula , de 21 anos , morreu na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Santos , no litoral paulista . Ele estava internado há 22 dias depois de ter sido agredido a socos e chutes por seguranças do bar Baccará Backstage , naquela cidade . A agressão ocorreu porque o rapaz questionou o valor da conta , que teria registrado R $ 15 além do que foi consumido por ele . A Justiça decretou a prisão preventiva do dono do estabelecimento , Vitor Alves Karam , e do chefe da segurança , Anderson Luiz Pereira
Reprodução do Facebook de Brito , que estão foragidos . Outros dois seguranças do Baccará foram presos . Thiago Ozarias Souza e Sammy Barreto Calender se entregaram à polícia santista . A tragédia que envolveu Lucas Martins de Paula infelizmente não é um fato isolado , pois está inserido em uma realidade na qual casas noturnas , bares e locais de evento descumprem a legislação e partem para soluções informais na contratação dos profissionais de segurança . Com isso , a legislação é ignorada e , muitas vezes , as pessoas contratadas não passaram pelo treinamento específico para o exercício profissional . A agressividade excessiva e o descontrole emocional para lidar com o público transparece em atitudes como a que resultaram na morte do estudante universitário . O diretor de eventos do SESVESP , Marco Antônio Lopes , conhece bem essa realidade . “ O maior problema de casas como essa é que ela não tinha sequer um alvará de funcionamento . A Prefeitura não emitiu e os órgãos públicos não conseguem fiscalizar isso ”, ressaltou Lopes . Para se manter na lei , as casas noturnas deveriam contratar uma empresa de segurança privada para disporem de profissionais devidamente treinados . Os estabelecimentos que desejam montar sua própria equipe de segurança precisam obter um alvará específico junto à Polícia Federal , órgão responsável pela fiscalização da segurança privada . “ Muitas vezes , o empresário desconhece a legislação e acha que pode contratar direto qualquer pessoa . Ou até contratar um policial para fazer bico . Quando ele se dá conta , ocorrem situações como essa ”, pontua Lopes .
SOLUÇÃO À VISTA
O diretor de eventos do SES- VESP acredita que é necessário conscientizar a sociedade sobre a importância de se evitar a clandestinidade na segurança privada . Ele defende a atuação de entidades do setor , como o próprio sindicato , a Comissão de Seguran-
10 Revista SESVESP