Revista Sesvesp Ed. 137 | Page 22

COLUNA JURÍDICA Há também os problemas internos, admi- nistrativos. É preciso união e organiza- ção para enfrentar as nuvens negras que periodicamente surgem no horizonte. O SESVESP, instrumento dessa união, es- teve à altura, assim como seus parceiros, ABREVIS, SINDIFAC e ABSEG. Logo no início, nos deparamos com pleitos dos sindicatos laborais, ameaçando com paralisações e pedidos impossíveis de serem atendidos. Tínhamos de proteger não só as empresas, mas a viabilidade, a segurança jurídica, os empregos dos pró- prios trabalhadores. Percival Maricato, sócio de Maricato Advogados e Associados Percival Maricato, advogado do SESVESP SEGURANÇA PRIVADA OU CORRIDA DE OBSTÁCULOS? TEMA MOBILIZOU A UNIÃO, POR MEIO DA 4ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONALDA 4ª REGIÃO (TRF4), DELESP/SR/DPF/RJ E POLÍCIA FEDERAL T rabalhar com segurança privada assemelha-se a participar de uma corrida de obstáculos. É o que constatamos advogando para o SESVESP nos últimos dez anos. O sin- dicato, nesse período, enfrentou ameaças à atividade de suas empresas, sendo esse 22 Revista SESVESP enfrentamento seu mais nobre motivo de existir. Um empresário isolado tem pouco po- der de fogo. Ocupa-se em gerir, em meio à concorrência violenta, centenas de nor- mas, desafios comerciais, de marketing, contábeis, civis, trabalhistas, tributários. CUSTOS CADA VEZ MAIORES A profissão é antiga, mas na forma como foi regulamentada, é muito recen- te, tanto como o sindicato, fundado há 30 anos. Desde então, foram aprovadas deze- nas de normas restritivas e onerosas, que incidem sobre a atividade, aumentando custos. Podemos citar o colete à prova de balas; exigências crescentes para trabalhar com armas; regulamentos burocráticos no Ministério do Trabalho; Polícia Federal e outros órgãos públicos; seguros; restrições ao uso de cães; fator de acidente previden- ciário; adicional de periculosidade; rodízio de veículos, desequilíbrios financeiros nos contratos; Lei do Deficiente; Lei do Apren- diz; aumento no número de taxas e no va- lor de tributos; interpretações da Justiça do Trabalho (responsabilidade objetiva e solidária, restrições a jornadas, condena- ções a valores delirantes, certidões negati- vas, extensão de grupo econômico). CONCORRÊNCIA DESLEAL Com o aumento de custos e de normas, aumentou a informalidade. Por despre- paro, dificuldades financeiras ou má fé, multiplicaram-se empresas que ofereciam preços inexequíveis, especialmente em li- citações. Além de prejudicar as empresas formais, deixavam de cumprir contratos, não pagavam os trabalhadores. Lançaram sobre o setor uma imagem de irresponsa- bilidade. Não faltaram promotores a exigir contratação direta de seguranças pelos ór- gãos públicos. Em meio a tantos obstácu- los, conseguimos que o Ministério Público de São Paulo abrisse processo para investi- gar e proibir que policiais militares fossem usados como vigilantes. Além disso, mui- tos órgãos públicos municipais, estaduais e federais estimulavam irregularidades, licitando vagas para “controladores de acesso”, vigias etc. Ajuizamos seguramen-