Revista Sesvesp Ed. 137 | Page 14

MERCADO

a atividade da indústria nos países da região, de acordo com os padrões estabelecidos politicamente pelos governos do MERCOSUL. Penso que a agência desenvolveu atividades de capital intensivo e troca comercial, mas fez muito pouco em assuntos intensivos em mão de obra, como nossos serviços. Eu acho que essa é a dívida pendente que temos e sempre falamos dela.
Na última reunião do FESESUL, em São Paulo, foi resolvido organizar uma reunião de Segurança Privada Integral Argentino-Brasileira para o mês de abril em Buenos Aires, onde pretendemos convocar funcionários, empresários e mesmo diplomatas do MERCOSUL para relançar o tema. Quanto às funções, acho que o mais importante é o intercâmbio informativo que ocorre em cada reunião, que sempre manteve uma regularidade rigorosa e uma sede equilibrada, além de algumas câmaras de gerenciamento para questões geracionais, entre outras, produzidas ultimamente no Paraguai e Uruguai.
RS: No Brasil, temos um encaminhamento da regulamentação do setor no Congresso Nacional aguardado com grande expectativa. Num contexto ampliado, como é esta questão, a regulamentação do setor de Segurança Privada na Argentina e as propostas de ação na América do Sul? Existe um ponto de união entre os países, no que se refere ao negócio sul-americano?
GORINI: Em princípio, esclarecerei que as Américas, incluído Estados Unidos, estão longe de alcançar alianças e unificações ao estilo da União Europeia, nascido à luz de demandas que não são tão distantes quanto às do pós-guerra. Deste modo, conheço a situação legislativa do Brasil, cuja regulamentação, para meu entendimento, certamente foi inadequada, considerando-se sua liderança no continente. A globalização empurra, de uma forma ou de outra, para modernizar e racionalizar as normas reguladoras de uma atividade tão sensível e crítica como a segurança, neste caso, a privada.
É preciso que haja uma regulamentação de acordo com as necessidades das empresas que, em última instância, são geradoras de empregos; contribuem com arrecadação de impostos; enfrentam alto risco nos negócios e

“ A globalização empurra, de uma forma ou de outra, para modernizar e racionalizar as normas reguladoras de uma atividade tão sensível e crítica como a segurança, neste caso, a privada”

Aquiles A. Gorini
têm crédito bancário escasso. Consequentemente, é normal que uma grande expectativa tenha sido gerada no setor. Não obstante, também é válido apontar que praticamente os 18 países da América do Sul e Central sofrem de normas obsoletas, senão diretamente da regulação nula, enquadradas apenas por disposições transitórias que permanecem no tempo.
No caso da Argentina, as leis das províncias, em geral, são bastante novas e similares. O que pretendemos é reuni-las em uma Lei Federal de segurança privada, que permite padronizar questões básicas em todo o país. Essas questões variam de tarifas para treinamento, entre outras questões. Esse é o desafio em que nos encontramos. Para completar os dados, digo-lhe que no ano passado apresentamos da nossa Câmara um projeto que também temos no Congresso Nacional. De qualquer forma, vou ressaltar que os tempos legislativos são geralmente bastante diferentes dos tempos dos cidadãos. Em relação aos pontos de união da comunidade empresarial sulamericana, entendendo que isso só ocorre através do trabalho ativo da FESESUL – em nosso caso, do FEPASEP – que criou, anos após a anterior, uma outra Federação de personagens panamericanas, associada institucionalmente ao FESESUL, mas que até o momento só promove seriamente o Brasil, a Argentina e a Colômbia e, finalmente, os esforços de amizade que os empresários podem executar de forma pessoal.
RS: Qual a defesa principal que a FESESUL faz hoje?
GORINI: Compreendo que a questão está orientada para os principais desafios do FESESUL. Nesta ideia, como presidente temporário, devo dizer que a nossa Federação está a concentrar os seus esforços na integração do setor eletrônico na tomada de decisões da diretiva. É uma realidade o crescimento e a presença de tecnologia que, sem dúvida, veio para ficar. Conseqüentemente, entendo que devemos trabalhar arduamente para evitar transbordar sua importante contribuição, seja por falta de acompanhamento ou aceitação; devido à falta de regulamentos; quer por presenças em massa que desequilibrem os nossos respectivos mercados de segurança física.
Outro princípio que a FESESUL defende é o de treinar. E, quando falo sobre treinamento, não só digo isso em relação aos guardas, mas também às mesas intermediárias das empresas, que nem sempre estão atentas às circunstâncias, seja na supervisão ou na transmissão de diretrizes. No que me diz respeito, sonho especificar intercâmbios que também se sentem no banco de treinamento para o setor gerencial, tanto das empresas como das organizações governamentais e representativas que, às vezes, interpretam as circunstâncias, embora esteja longe dos padrões internacionais no material.
Para o resto, o trabalho permanente da Federação deve ser procurar nivelar a atividade, a fim de torná-la mais lucrativa; lealmente competitiva; além da possibilidade de abrir novos mercados e minimizar os riscos trabalhistas. Neste último sentido, hoje em dia os governantes do Brasil e da Argentina estão trabalhando na reforma das leis trabalhistas, que o populismo nos últimos anos danificou severamente, desencorajando o investimento e conspirando contra o desenvolvimento abrangente da indústria. Se algo tivesse de ser subtraído, eu diria que empresários sem escrúpulos e funcionários corruptos precisam ser retirados do mercado. ■
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