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SEGURANÇA, VIGILANTE E VIGIA. AFINAL QUAL A DEFINIÇÃO PARA ESSAS ATIVIDADES?
EM MEIO À POLÊMICA, IDEAL SERIA A UNIFICAÇÃO DAS PROFISSÕES EM APENAS UMA CATEGORIA. HOJE, AS FUNÇÕES, EMBORA ANÁLOGAS NA SUA ESSÊNCIA, SE MOSTRAM DÍSPARES NA CLASSIFICAÇÃO LEGAL E PROFISSIONAL
José Jacobson Neto, presidente da ABREVIS
O
assunto é recorrente.
O ideal seria que essas atividades se unificassem e tivéssemos apenas uma categoria.
Hoje as funções, embora análogas na sua essência, se mostram díspares na classificação legal e profissional. Há diferenças, claro! Mas os grandes contratantes estão migrando para outras categorias de trabalhadores que, supostamente, executam as mesmas funções hoje exercidas pelos vigilantes para terem seus custos diminuídos.
Os profissionais de segurança pertencem a uma categoria especial e se submetem a rigorosos cursos e treinamentos para desempenharem sua missão de proteção à vida e ao patrimônio.
Já os profissionais que exercem atividade paralela, e que são, geralmente, procurados para exercer funções semelhantes, em razão de seu custo ser menor, não tem, necessariamente, nenhuma especialização obrigatória ou controle por parte das autoridades.
Hoje em todos os shoppings centers vemos nos corredores a figura de profissionais uniformizados executando serviços
de segurança. Esquecem-se os responsáveis por essas contratações que o grande número de lojas onde transita numerário e onde se encontram lojas com estoques de grande valor, exigiriam um profissional realmente em condições de proporcionar segurança aos frequentadores. As lojas que comercializam mercadorias de alto valor são um grande atrativo para os criminosos. Os estacionamentos desses estabelecimentos constantemente são alvo de furtos e até mesmo de roubos, como já ocorreu com clientes que foram atacados e sequestrados, sem que o corpo de controladores agisse ou atuasse preventivamente.
Por outro lado, a indústria também tem se valido dessa falsa redução de preços que a contratação de porteiros ou fiscais proporciona abrindo mão de contarem com um controle realmente efetivo de suas atividades e mercadorias. Não percebem que uma portaria perfeitamente controlada por vigilantes treinados inibe desvios internos que ocorrem frequentemente através de veículos ou pedestres, além de poderem exercer muitos outros controles através de sua atuação.
Os exemplos acima são uma pequena amostra das consequências desse desvio de função que os contratantes estão praticando. Poderíamos listar muitas outras situações onde o risco aumenta em muito, não apenas para o contratante, mas principalmente para o público que frequenta suas instalações. O profissional de segurança é preparado para observar, controlar e corrigir situações de risco ou até mesmo reagir para proteger a sociedade. Um vigilante é preparado para atuar em estabelecimentos bancários, em indústrias, comércio, hospitais, órgãos públicos por onde circulam públicos das mais variadas classes e sabe como agir em todas as circunstâncias.
Temos que exaltar nossas atividades especializadas como transporte de valores, que é exemplo para outros países, especiali- zação em escolta de cargas, a excelência em vigilância pessoal privada e tantas outras atividades que nos colocam em destaque na prestação de serviços essenciais.
Precisamos demonstrar aos nossos contratantes que a diferença que nos distingue das outras categorias paralelas não é apenas a autorização de podermos trabalhar com nossos profissionais armados. Não é a arma que nos distingue, é o treinamento, é a busca permanente por equipamentos de ponta, que permite que nos antecipemos às novas modalidades de crimes.
Hoje as empresas de segurança procuram adaptar-se aos novos tempos para não perderem mercado e, por essa razão, buscam fórmulas para poderem oferecer aos seus contratantes soluções que lhes permitam a manutenção dos contratos. Mas, é fundamental que não se confunda o profissional de segurança com as várias categorias que foram criadas nos últimos anos e que vem corroendo a nossa atividade. Basta um simples levantamento nas centenas de galerias situadas no Centro de São Paulo que teremos um número expressivo de pseudo-seguranças exercendo indevidamente funções que deveriam ser executas pelo nosso setor. É uma fuga de contratos que a cada dia se mostra mais e mais preocupante.
Precisamos nos unir e lutar pela nossa atividade. ■
Victor Saeta de Aguiar, vice-presidente da ABREVIS
Revista SESVESP 25