Revista Sesvesp Ed. 134 | Page 19

COLUNA JURÍDICA “Minhas noites de sono foram reduzidas de forma drástica. Agora só durmo em aviões ou táxis” Referindo-se ao assédio que tem sofrido depois de ter escrito o texto sobre a Reforma. Livro de autoria de Marlos Melek Apesar da vida atribulada, o bom humor é característica marcante em Marlos. E é com esse senso de humor e uma dose de segurança que ele defende a mudança no código atual de leis trabalhistas, bem como os bons impactos que a mesma te- ria, tanto sobre o empregador, como o empregado. No entanto, a defesa de uma boa saída para o caos socioeconômico que o país vive tem um preço alto. De acordo com o juiz paranaense, é cada vez mais comum ser tratado com hostilidade por onde pas- sa e também receber ameaças de pessoas que são contra a nova proposta. Em meio às tarefas de grande respon- sabilidade, Marlos também é reconheci- do por sua obra “Trabalhista! E agora?”, lançado no primeiro semestre de 2016. Excluindo o uso do “juridiquês”, Marlos cumpre o desafio de ser didático para um público leigo em direito, mostrando que o dia a dia de todos está ligado direta ou indiretamente às relações trabalhistas. A partir desse legado, é possível perceber que poder de articulação é um dom nato do juiz. Apesar de tantas mudanças, Marlos segue firme justificando sua defesa. Se- gundo ele, o Estado é uma máquina pou- co eficiente, principalmente pela carga burocrática em que os processos aconte- cem. Outro problema visível é a falta de objetivos claros nas administrações pú- blicas. Reflexo dessa falta de clareza é a Justiça do Trabalho, que tem o número de processos crescendo de forma alarmante. Parte dessa situação acontece porque, de acordo com Marlos, não há parâme- tros para julgar determinados casos, com a decisão sendo tomada de forma total- mente aleatória e particular pelos judici- ários. Um exemplo é o que ocorre com casos de danos morais. Se não há um pa- râmetro oficial para “medir” a gravidade da situação, como são feitas as decisões para que a punição e o ressarcimento se- jam justos? Além dos trâmites extremamente mo- rosos, a mudança proposta por Marinho se faz necessária não apenas para buscar o fim da burocracia desnecessária, mas pelo momento econômico em que vive- mos. Em um cenário de crise, a colabora- ção mais efetiva da sociedade profissio- nalmente ativa é essencial. Assim, o momento vivido pelo Bra- sil é de inevitável transformação. Com o novo código de lei para o trabalho, os empecilhos que surgem com a Justiça do Trabalho serão reduzidos e a produtivi- dade do Brasil poderá ser positivamente afetada, como acredita Marlos. ■ Revista SESVESP 19