Revista Sesvesp Ed. 132 | Page 8

COLUNA JURÍDICA

Eliana Calmon , ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça ( STJ )

EM 2016 , BRASIL GANHA TRÊS MILHÕES DE AÇÕES TRABALHISTAS

NOVAS RECLAMAÇÕES , QUE CHEGAM EM MEIO À RECESSÃO ECONÔMICA , REFORÇAM STATUS DO PAÍS DE RECORDISTA EM PROCESSOS CONTRA EMPRESAS

A equipe de comunicação do SESVESP entrevistou Eliana Calmon , ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça ( STJ ) e ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça ( CNJ ). O assunto foi a Justiça Trabalhista . Neste início de 2017 , os assuntos relativos às reformas trabalhistas estão na pauta do Palácio do Planalto com nova gestão à frente . A imprensa fez um balanço dos números de ações trabalhistas em 2016 e os números não param de crescer , muito na conta da crise econômica que acelerou as demissões . O assédio dos operadores do Direito e uma ‘ indústria ’

8 Revista SESVESP organizada de indenizações trabalhistas são os alvos das críticas da ex-ministra nesta entrevista .
Conhecida pela rigidez na condução dos casos quando esteve à frente do CNJ , ela fala da sobrecarga de reclamações trabalhistas na Justiça do trabalho e também dos interesses políticos que afetam essa esfera .
Para ela , o número de reclamações trabalhistas e da litigiosidade nessa área sofreu um aumento assustador . Dessa forma , a Justiça do Trabalho tem se sobressaído sobre as demais . Pela alta no índice de desemprego , quase dez mil brasileiros recorrem à JT todos os dias .
De acordo com Eliana , a Justiça Classista equilibra as forças econômicas das partes . “ Na Corregedoria Nacional de Justiça , ao verificar em termos comparativos com as demais justiças a expansão da Justiça do Trabalho , denunciei a minha preocupação por entender que alguma coisa estava errada . Em um país cujos empregos formais estão em faixa descendente , como explicar o aumento de uma justiça criada para atender às relações de trabalho subordinado ? Sim , porque a Justiça Classista foi instituída exatamente para se especializar e atender a uma deter-