NOTÍCIAS ABSEG
O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA
NO ORÇAMENTO GERAL DA EMPRESA
PLANEJAMENTO PARA 2017 CONSISTE EM ESTUDOS E PREPARO PARA ENTENDER
A NECESSIDADE DE TODOS OS CLIENTES E PARCEIROS
Marcelo O Ferlini, CPP
Diretor ABSEG Minas Gerais
E
stamos no último trimestre do
ano, período no qual a maioria
das empresas está concluindo seu
planejamento estratégico para
2017, o que envolve o orçamento com
projeção de receitas e resultado.
Este planejamento é realizado considerando o ambiente macroeconômico e
microeconômico em que a empresa está
inserida. O comportamento de nossos
clientes, fornecedores, sindicatos e concorrentes deve ser avaliado para a construção de cenários.
Certamente haverá, para o próximo
ano, um alto grau de incerteza pela atual
situação política e econômica. Com isso,
irá prevalecer uma postura conservadora em relação ao crescimento de custos,
gastos e investimentos.
O Gestor de Segurança deverá defender sua participação na verba do Orçamento Global com ‘unhas e dentes’,
frente à demanda de outras áreas como
vendas e marketing e operações e sistemas, que se debaterão para abocanhar a
maior parte dos escassos recursos disponíveis. Logo, como em outras ocasiões,
ele será pressionado a diminuir sua verba
no orçamento ou, no melhor dos casos,
mantê-la. Neste cenário, ele terá que
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Revista SESVESP
demonstrar que conhece efetivamente o
negócio de sua empresa, o mercado do
qual faz parte e que sua postura tratará
de atender as expectativas gerais dos sócios de crescimento e rentabilidade.
A Segurança não é uma área isolada. É responsável por buscar que todas
as atividades da empresa sejam realizadas com o menor grau possível de risco,
buscando a continuidade do negócio e a
redução do impacto econômico que possam ter incidentes graves.
Para mostrar os resultados obtidos, no
mínimo no ano que se encerra e que a
Segurança contribuiu para o resultado da
empresa, reduzindo os sinistros ou o impacto dos mesmos, o custo dos seguros
e as contingências, é fundamental que o
Gestor leve um registro dos incidentes
tanto da empresa quanto das concorrentes.
Caso o seu histórico seja positivo e
relevante, ganhará o respeito do grupo e
certamente haverá uma atitude positiva
para entender e atender suas reivindicações para 2017.
Em outro cenário, refazer a análise de
gestão de riscos da empresa e identificar
quais são aqueles com maior impacto e
probabilidade. Foque neles. Caso não possam ser
disponibilizados
recursos para outros incidentes
prováveis, o grupo deverá
estar ciente que a empresa
estará assumindo um maior
nível de riscos. Seguindo a
tônica, o responsável deverá procurar produtos e
serviços alternativos para
substituir e/ou integrar aos
atuais, mantendo o mesmo nível de proteção, mas com menor ou igual custo/
gasto. Se possui vigilância terceirizada,
não conte com que não haverá repasse
integral, e talvez nem parcial, do reajuste
da Convenção Coletiva data base janeiro
do próximo ano.
As prestadoras já tiveram seus repasses sacrificados nos dois últimos anos e a
flexibilidade para absorver parcialmente
o impacto dos reajustes de remunerações será pequeno. Segurança eletrônica,
concentração de bens de valor em um
ambiente único, fechamento de acessos
em determinados horários, alteração dos
processos, poderão ser alternativas válidas para este objetivo.
Um conceito que acho muito interessante é o do “custo total da perda”. Se
o gestor possui a evolução histórica dos
incidentes e os prejuízos diretos e/ou indiretos que geraram, poderá demonstrar
para a diretoria a dimensão e impacto de
cada tipo de incidente. A partir daí, reavaliar a análise da gestão de riscos operacionais. Se os recursos são limitados
terá que convencer a diretoria em assumir um maior risco, quantificar e compartilhar a decisão.
Baseado nisso, demonstre o custo total
da perda em caso de incidentes, pois há
uma certa miopia em relação ao impacto de um sinistro. Normalmente a perda
com um determinado sinistro é estabelecida em relação ao valor sinistrado, sem
considerar custos e gastos originados a
partir do mesmo.
O custo da perda inclui o valor para
substituição do bem roubado ou destruído, redução dos valores em
caixa, acréscimo do prêmio
pago ou perda do desconto
na renovação da apólice
que acoberta o incidente,
o prejuízo para a Marca e
Imagem, queda de vendas
relacionada com o medo
dos clientes, etc.
Finalmente, não restrinja demais seu orçamento.
Melhor mostrar no futuro
que conseguiu fazer mais com menos a
ter que recorrer a pedidos extraordinários no decorrer do ano. Em momentos
de demanda recessiva, com estagnação
das vendas, ações de redução de custos
e gastos são muito importantes. Isto joga
em favor do Gestor de Segurança, pois
haverá maior espaço e interesse pelas
suas propostas, que poderão ter impacto
positivo no resultado da empresa. ■