Revista Sesvesp Ed. 131 | Page 26

NOTÍCIAS ABSEG O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA NO ORÇAMENTO GERAL DA EMPRESA PLANEJAMENTO PARA 2017 CONSISTE EM ESTUDOS E PREPARO PARA ENTENDER A NECESSIDADE DE TODOS OS CLIENTES E PARCEIROS Marcelo O Ferlini, CPP Diretor ABSEG Minas Gerais E stamos no último trimestre do ano, período no qual a maioria das empresas está concluindo seu planejamento estratégico para 2017, o que envolve o orçamento com projeção de receitas e resultado. Este planejamento é realizado considerando o ambiente macroeconômico e microeconômico em que a empresa está inserida. O comportamento de nossos clientes, fornecedores, sindicatos e concorrentes deve ser avaliado para a construção de cenários. Certamente haverá, para o próximo ano, um alto grau de incerteza pela atual situação política e econômica. Com isso, irá prevalecer uma postura conservadora em relação ao crescimento de custos, gastos e investimentos. O Gestor de Segurança deverá defender sua participação na verba do Orçamento Global com ‘unhas e dentes’, frente à demanda de outras áreas como vendas e marketing e operações e sistemas, que se debaterão para abocanhar a maior parte dos escassos recursos disponíveis. Logo, como em outras ocasiões, ele será pressionado a diminuir sua verba no orçamento ou, no melhor dos casos, mantê-la. Neste cenário, ele terá que 26 Revista SESVESP demonstrar que conhece efetivamente o negócio de sua empresa, o mercado do qual faz parte e que sua postura tratará de atender as expectativas gerais dos sócios de crescimento e rentabilidade. A Segurança não é uma área isolada. É responsável por buscar que todas as atividades da empresa sejam realizadas com o menor grau possível de risco, buscando a continuidade do negócio e a redução do impacto econômico que possam ter incidentes graves. Para mostrar os resultados obtidos, no mínimo no ano que se encerra e que a Segurança contribuiu para o resultado da empresa, reduzindo os sinistros ou o impacto dos mesmos, o custo dos seguros e as contingências, é fundamental que o Gestor leve um registro dos incidentes tanto da empresa quanto das concorrentes. Caso o seu histórico seja positivo e relevante, ganhará o respeito do grupo e certamente haverá uma atitude positiva para entender e atender suas reivindicações para 2017. Em outro cenário, refazer a análise de gestão de riscos da empresa e identificar quais são aqueles com maior impacto e probabilidade. Foque neles. Caso não possam ser disponibilizados recursos para outros incidentes prováveis, o grupo deverá estar ciente que a empresa estará assumindo um maior nível de riscos. Seguindo a tônica, o responsável deverá procurar produtos e serviços alternativos para substituir e/ou integrar aos atuais, mantendo o mesmo nível de proteção, mas com menor ou igual custo/ gasto. Se possui vigilância terceirizada, não conte com que não haverá repasse integral, e talvez nem parcial, do reajuste da Convenção Coletiva data base janeiro do próximo ano. As prestadoras já tiveram seus repasses sacrificados nos dois últimos anos e a flexibilidade para absorver parcialmente o impacto dos reajustes de remunerações será pequeno. Segurança eletrônica, concentração de bens de valor em um ambiente único, fechamento de acessos em determinados horários, alteração dos processos, poderão ser alternativas válidas para este objetivo. Um conceito que acho muito interessante é o do “custo total da perda”. Se o gestor possui a evolução histórica dos incidentes e os prejuízos diretos e/ou indiretos que geraram, poderá demonstrar para a diretoria a dimensão e impacto de cada tipo de incidente. A partir daí, reavaliar a análise da gestão de riscos operacionais. Se os recursos são limitados terá que convencer a diretoria em assumir um maior risco, quantificar e compartilhar a decisão. Baseado nisso, demonstre o custo total da perda em caso de incidentes, pois há uma certa miopia em relação ao impacto de um sinistro. Normalmente a perda com um determinado sinistro é estabelecida em relação ao valor sinistrado, sem considerar custos e gastos originados a partir do mesmo. O custo da perda inclui o valor para substituição do bem roubado ou destruído, redução dos valores em caixa, acréscimo do prêmio pago ou perda do desconto na renovação da apólice que acoberta o incidente, o prejuízo para a Marca e Imagem, queda de vendas relacionada com o medo dos clientes, etc. Finalmente, não restrinja demais seu orçamento. Melhor mostrar no futuro que conseguiu fazer mais com menos a ter que recorrer a pedidos extraordinários no decorrer do ano. Em momentos de demanda recessiva, com estagnação das vendas, ações de redução de custos e gastos são muito importantes. Isto joga em favor do Gestor de Segurança, pois haverá maior espaço e interesse pelas suas propostas, que poderão ter impacto positivo no resultado da empresa. ■