ANÁLISE
CARREIRA DO GESTOR DE
SEGURANÇA NO PANORAMA
ATUAL DO MERCADO
crise econômica brasileira é pauta diária dos veículos jornalísticos do país
e das conversas da população. A previsão é de uma tendência sustentável de
aumento do desemprego até o fim de 2015, o que
não ocorria havia uma década. Esse cenário afeta
os profissionais de segurança privada de diversas
formas, entre elas o próprio desenvolvimento da
carreira. A melhor forma de prevenir esse quadro
é buscando mais e mais qualificação.
A carreira de gestor e a de consultor em segurança patrimonial apresentam novas dificuldades
e oportunidades. É grande o mercado de trabalho
para técnicos e gestores de segurança. A questão
é que as necessidades de perfil para a segurança
empresarial têm sido supridas de maneira insuficiente. Nossas escolas não estão provendo todas
as capacitações necessárias.
Nas últimas duas décadas, os profissionais de segurança patrimonial têm procurado conhecimento
também em administração e nas ciências sociais.
É cada vez mais aceita a ideia de que não se pode
transferir, sem ajustes, um procedimento militar
para locais como um condomínio residencial, um
shopping center, uma agência bancária etc.
No Brasil, em nível superior, de 1997 a 2005,
só havia cursos de pós-graduação. Atualmente, a
demanda reprimida para pós-graduação foi atendida, e sua oferta diminuiu sensivelmente. Em
movimento complementar, nos últimos 10 anos
começaram a surgir cursos de graduação, com
três anos de duração, que formam tecnólogo de
administração com aperfeiçoamento em segurança. Os tecnólogos podem fazer pós-graduação
lato senso, que são as especializações e os MBAs.
Infelizmente, nem todas as instituições dedicadas
à formação de tecnólogos têm tradição de qualidade no ensino.
Como resultado, nem todas posicionam no
mercado profissionais bem preparados. A carência de mão de obra lhes garante colocação, porém
esse quadro desfavorece a imagem da categoria.
A
TÁCITO AUGUSTO
SILVA LEITE,
presidente da Abseg
(Associação Brasileira dos
Profissionais de Segurança),
diretor de Segurança da Indra
no Brasil e idealizador do site
Biblioteca de Segurança
Estima-se entre 50 e 70 o total de cursos no Brasil,
incluindo graduação e pós-graduação.
Em contraponto, os profissionais empenhados
em aperfeiçoar suas habilidades participam de
congressos, seminários e cursos livres para adquirir novos conhecimentos e abordagens, além
de trocarem experiências com seus pares. Sabendo disso, a Associação Brasileira dos Profissionais
de Segurança (Abseg) realizará seu primeiro Encontro Nacional de Profissionais de Segurança,
voltado para associados e não associados, com o
objetivo de promover o aperfeiçoamento e o networking tão necessário ao desenvolvimento de
todas as carreiras.
Com o tema "Os desafios da integração no setor de segurança", o evento acontecerá de 12 a
14 de maio, no Auditório do Espaço Maestro,
no bairro do Paraíso, na cidade de São Paulo, e
contará com palestras dos mais proeminentes
nomes da segurança privada. O encontro vai
abordar assuntos como procedimentos de segurança operacional, como integrar sua equipe e
melhorar a comunicação interna, planejamento
estratégico de segurança cibernética corporativa, a tecnologia a favor da segurança: biometria
e reconhecimento facial, entre outros.
PERSPECTIVAS
No futuro, certamente, um único profissional
coordenará a gestão de riscos globais, operacionais, de mercado e lógicos. Será também o responsável pela elaboração de planos de gestão de
riscos, emergência, contingência, recuperação,
entre outros projetos globais de segurança.
O fato é que não estamos atendendo às necessidades de perfil para segurança empresarial.
As lacunas estão aparecendo, as empresas estão
desenhando cargos e as oportunidades estão surgindo. Afinal, todos os riscos se encontram na empresa, não existe fronteira física nem lógica. Cada
especialista precisa aprender muito sobre a área
de outros profissionais, mesmo que isso demande
esforços de capacitação e volta à escola. A grande
questão é a carência de profissionais prontos para
assumir a função de gestor global de riscos. A dinâmica do mercado de segurança empresarial
certamente trará mudanças na oferta dos cursos
de nível universitário. É um momento de grandes
oportunidades aos profissionais de segurança.
Revista SESVESP | 17