PERSPECTIVAS
RISCOS
Além do desfavorável contexto econômico, outros problemas prejudicam
o setor. Entre eles – um dos principais,
aliás – há uma grande ferida que teima
em não fechar: a atuação das empresas
clandestinas, que, além de prejudicar a
atividade daquelas que trabalham legalmente, causam sérias e graves consequências, resultando até em morte.
Esses foram os casos de quatro adolescentes assassinados por empregados
de uma empresa clandestina de segurança privada em 2014. Um deles foi
morto em maio no Alto de Pinheiros e
outros três em abril no Jabaquara, bairros da cidade de São Paulo.
O presidente da Fenavist estima que
a cada vigilante legal existam três clandestinos. “Portanto, se hoje temos 700
profissionais atuando, poderiam ser
mais de 2 milhões trabalhando legalmente em novos empregos criados”,
calcula. Na opinião dele, a falta de fiscalização da clandestinidade é um dos
maiores riscos para o setor.
Sua opinião é corroborada por Zanardo, do Sindesp/SC. “Os principais
riscos se relacionam à concorrência
predatória, à consequente guerra de
preços e ao contínuo aparecimento
de empresas clandestinas”, afirma. Ele
ainda elenca outras ameaças, como a
tributação e a legislação deficientes.
A preocupação do dirigente de Santa
Catarina é compartilhada por Palhuca.
14 | Revista SESVESP
SEGURANÇA ELETRÔNICA E EVENTOS ESTÃO
ENTRE OPORTUNIDADES
2014 termina com a perspectiva
de um ano novo difícil para os empreendedores. PIB estagnado, alta
do dólar, decepção causada pelas
declarações do novo ministério da
Economia e retração de vendas são
indicações do que está por vir. No
entanto, mesmo diante do panorama ruim, é possível atentar para as
oportunidades que se apresentam.
Uma tendência que vem se confirmando em alguns estados é a segurança eletrônica. No Amazonas,
pelo menos, a demanda por esse
ESTÁDIO DO MARACANÃ, no Rio; realização
serviço cresceu 10%, de acordo de Olimpíadas na cidade maravilhosa é promessa de
com José Pacheco Ferreira, presi- oportunidades para o setor
dente do Sindicato das Empresas
de Vigilância, Segurança, Transporte de Valores e Cursos de Formação do Estado do Amazonas (Sindesp/AM). “Essa é uma oportunidade de crescimento
que antevemos”, comenta. A mesma situação ocorre em Goiás. “A integração de
vigilância humana e eletrônica ainda continua como tendência aqui na região”,
conta Leonardo Ottoni Vieira, do Sindesp/Goiás.
De forma geral, Nazário, da Fenavist, aponta ainda outros aspectos favoráveis
que se apresentam com os grandes eventos e o progresso na integração das
forças pública e privada. “Estamos buscando entendimentos nessa questão em
várias esferas”, comenta. “Entre os eventos, vale destacar a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro que, embora só sejam realizadas em 2016, começam a
ser preparada ainda neste ano, gerando desde já novas oportunidades”.
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tado de Santa Catarina (Sindesp/SC).
“Porém, as tendências para a nossa
economia em 2015 não são muito tentadoras. O dólar vem subindo e é bem
provável que continue nessa trajetória;
a inflação vem novamente atingindo
índices bastante preocupantes, o que
certamente fará com que o crescimento econômico do país seja muito aquém
do esperado.” Para ele, 2015 deve ser
um ano de muita cautela, mas sem prejuízo ao otimismo.
“A Justiça do Trabalho paternalista e
sectária e as políticas recessivas que o
governo tem adotado para a conduta
da economia são dois fatores qu H