Revista Sesvesp Ed. 120 - 2015 | Page 14

PERSPECTIVAS RISCOS Além do desfavorável contexto econômico, outros problemas prejudicam o setor. Entre eles – um dos principais, aliás – há uma grande ferida que teima em não fechar: a atuação das empresas clandestinas, que, além de prejudicar a atividade daquelas que trabalham legalmente, causam sérias e graves consequências, resultando até em morte. Esses foram os casos de quatro adolescentes assassinados por empregados de uma empresa clandestina de segurança privada em 2014. Um deles foi morto em maio no Alto de Pinheiros e outros três em abril no Jabaquara, bairros da cidade de São Paulo. O presidente da Fenavist estima que a cada vigilante legal existam três clandestinos. “Portanto, se hoje temos 700 profissionais atuando, poderiam ser mais de 2 milhões trabalhando legalmente em novos empregos criados”, calcula. Na opinião dele, a falta de fiscalização da clandestinidade é um dos maiores riscos para o setor. Sua opinião é corroborada por Zanardo, do Sindesp/SC. “Os principais riscos se relacionam à concorrência predatória, à consequente guerra de preços e ao contínuo aparecimento de empresas clandestinas”, afirma. Ele ainda elenca outras ameaças, como a tributação e a legislação deficientes. A preocupação do dirigente de Santa Catarina é compartilhada por Palhuca. 14 | Revista SESVESP SEGURANÇA ELETRÔNICA E EVENTOS ESTÃO ENTRE OPORTUNIDADES 2014 termina com a perspectiva de um ano novo difícil para os empreendedores. PIB estagnado, alta do dólar, decepção causada pelas declarações do novo ministério da Economia e retração de vendas são indicações do que está por vir. No entanto, mesmo diante do panorama ruim, é possível atentar para as oportunidades que se apresentam. Uma tendência que vem se confirmando em alguns estados é a segurança eletrônica. No Amazonas, pelo menos, a demanda por esse ESTÁDIO DO MARACANÃ, no Rio; realização serviço cresceu 10%, de acordo de Olimpíadas na cidade maravilhosa é promessa de com José Pacheco Ferreira, presi- oportunidades para o setor dente do Sindicato das Empresas de Vigilância, Segurança, Transporte de Valores e Cursos de Formação do Estado do Amazonas (Sindesp/AM). “Essa é uma oportunidade de crescimento que antevemos”, comenta. A mesma situação ocorre em Goiás. “A integração de vigilância humana e eletrônica ainda continua como tendência aqui na região”, conta Leonardo Ottoni Vieira, do Sindesp/Goiás. De forma geral, Nazário, da Fenavist, aponta ainda outros aspectos favoráveis que se apresentam com os grandes eventos e o progresso na integração das forças pública e privada. “Estamos buscando entendimentos nessa questão em várias esferas”, comenta. “Entre os eventos, vale destacar a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro que, embora só sejam realizadas em 2016, começam a ser preparada ainda neste ano, gerando desde já novas oportunidades”. iStock tado de Santa Catarina (Sindesp/SC). “Porém, as tendências para a nossa economia em 2015 não são muito tentadoras. O dólar vem subindo e é bem provável que continue nessa trajetória; a inflação vem novamente atingindo índices bastante preocupantes, o que certamente fará com que o crescimento econômico do país seja muito aquém do esperado.” Para ele, 2015 deve ser um ano de muita cautela, mas sem prejuízo ao otimismo. “A Justiça do Trabalho paternalista e sectária e as políticas recessivas que o governo tem adotado para a conduta da economia são dois fatores qu H