Revista Sesvesp Ed. 114 - julho / agosto 2013 | Page 23
Terceirização: o Debate
Continua
Percival Maricato
Advogado do SESVESP,
autor do livro Como
Evitar Reclamações
Trabalhistas ou Levar a
Bom Termo as Existentes.
É preciso
mostrar que os
empresários
não lutam
apenas por
seus interesses,
mas defendem
também os dos
trabalhadores
mais humildes,
do País, dos
consumidores”
O
debate atual
sobre a terceirização
irá continuar
com várias etapas. A vitória quanto ao atual PL a ser
votado é importante, mas
qualquer que seja a versão
aprovada, só a longo prazo
haverá definições mais precisas nas várias questões
polêmicas levantadas. A notícia abaixo permite observar os pontos disputados.
Terceirização na atividade-fim interessa às empresas
prestadoras e tomadoras,
assim como a trabalhadores informais, que poderão
ascender ao nível dos que
têm carteira assinada.
A importância adquirida
pela questão do pagamento da contribuição sindical
mostra o que move muitas
entidades sindicais. No momento, seria pelos mais de ¼
do total arrecadado, que iria
para sindicatos e federações
de terceirizados (exceto 5%
destinado a confederações
e o espontaneamente pago
a centrais). Não obstante, as
entidades de terceirizados
passam por inexistentes,
são totalmente omissas e
aceitam afirmações das demais lideranças de que não
existem. Por outro lado, a
pretensão das centrais contraria a Constituição e as
recomendações da OIT, que
tanto usam quando lhes interessam.
Essa pretensão, pagamen-
to de piso e contribuição ao
sindicato laboral correspondente ao tomador, causaria
uma enorme confusão, pois
uma mesma empresa de
serviço poderia ter diversos pisos e pagar a diversos
sindicatos. A primeira hipótese só não seria inconstitucional se a prestadora
pagasse a todos os trabalhadores pelo maior piso.
Outra opinião dada no
artigo por um advogado trabalhista também está correta. Qualquer que seja a
decisão do Legislativo, os
empresários terão que voltar a enfrentar o Judiciário
Trabalhista, absolutamente sem controle e legislando abertamente segundo
sua ideologia e interesses
corporativos. Em nome da
dignidade humana e outros
princípios abstratos acolhidos na Constituição, muitos juízes irão ignorar a lei.
Juízes e membro ́