Revista Sesvesp Ed. 113 - maio / junho 2013 | Page 36

TERCEIRIZAÇÃO, SIM! Pelos direitos dos empregadores e pela saúde das empresas decentes E inconcebível que a atividade de prestação de serviços terceirizáveis e especializados no Brasil - com seu robusto número de 8,2 milhões de trabalhadores formais, com carteira assinada e direitos trabalhistas assegurados e sua mais que respeitável participação em torno de 50% na composição do PIB – ainda careça de um marco regulatório. A situação aflige demais os empreendedores de inúmeros segmentos da atividade. No limite do institucional e da insegurança política, eles encontram dificuldades para atuar num cenário onde as responsabilidades são muitas, os investimentos são de alto calibre, a ambiência legal é falha e de provecta idade no que se refere às leis trabalhistas, a carga tributária é um espanto, e a fiscal, impiedosa. Para o empreendedorismo é veneno puro. Para as empresas, pouca saúde. Para o mercado de trabalho, genocídio. Para os trabalhadores, principalmente os jovens, significa o estreitamento de um mercado de trabalho cada vez mais restritivo. A alegação de que a terceirização precariza as relações de trabalho, incansavelmente propalada por opositores ao projeto de lei 4.330/2004 - que regulamenta a terceirização e tramita em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal - esvai-se com o dado incontestável do nível formal da empregabilidade do setor. O que fragiliza de verdade o trabalho é o peso dos encargos trabalhistas nas folhas de pagamento das empresas. É o Ministério do Trabalho e Emprego bancar o incoerente e agir com base em ultrapassada ideologia quando não chama os empreendedores para se sentarem à mesa das Negociações Permanentes - onde só tem cadeiras para centrais laborais. Isso não é justo, não é certo, não é decente. Atenção, senhores governantes. Existe uma equação muito simples: há empregos porque há empresas que os geram. Muitas delas criadas por ex-trabalhadores que um dia decidiram investir suas economias num negócio. Gente honesta, de garra e fé, corajosa, arrojada. Gente que empreende. Que quer conversar com o governo e os trabalhadores em condições de plena igualdade. A Cebrasse e seus associados (federações, sindicatos e associações que representam aproximadamente 11 mil empresas com cerca de oito milhões de trabalhadores formais em todo o país) apoiam o PL 4.330/2004 e clamam por sua aprovação com o substitutivo de Roberto Santiago e relatoria de Arthur Maia, propondo garantias ao trabalhador terceirizado, à contratante e à contratada. DIRETORA NACIONAL CENTRAL BRASILEIRA DO SETOR DE SERVIÇOS – CEBRASSE — Av. Paulista, 726 - 7ºAndar Cj. 710 Bela vista — São Paulo - SP — CEP 01310-100 — Tel.: (11) 3251-0669 / Fax: (11) 3253-1864 — www.cebrasse.org.br