Revista Sesvesp Ed. 111 - janeiro / fevereiro 2013 | Page 37
ARTIGO
Business Inteligence e a
proteção da informação
*Laurent Serafini
sócio-diretor da Velours
International no Brasil
Um roubo ou
um vazamento
de informação
mesmo que
sem intenção
pode significar
o atraso ou até
o fim de uma
empresa”
O
termo Business Inteligence, Inteligência
Empresarial ou simplesmente BI, foi sugerido na
década de 80 pela consultoria Gartner Group e, em
linhas gerais, é o processo
de transformar dados em
informação e a informação
gerada em conhecimento. Da
criação do termo até agora,
muitas empresas têm alcançado resultados importantes utilizando a inteligência
empresarial como diferencial competitivo. Mas saber
usar as informações de forma
inteligente não basta para
alcançar o sucesso. É necessário também protegê-las.
Para exemplificar, podemos citar os cartões de
crédito emitidos por varejistas para seus clientes,
os chamados private label.
Quando um cliente efetua
suas compras, recebe determinada pontuação que
lhe dá algumas facilidades/
benefícios, porém, o mais
importante é que o sistema registre o histórico de
consumo em um banco de
dados. Utilizando esta base
de dados é possível saber o
hábito de consumo do cliente e direcionar campanhas
de marketing específicas,
como, por exemplo, uma
campanha promocional de
roupas infantis para quem
comprou material escolar
no início do ano.
Em um mundo onde a
tecnologia deve ser cada
vez mais maleável às necessidades do usuário final,
o rastro informacional deixado por este usuário passa a ter suma importância
para as empresas. Se estas instituições possuírem
algum profissional apto a
transformar as informações
em ações estratégicas, a empresa começa a se destacar
ante seus pares.
Entender o que o cliente
irá desejar (afinal, o que ele
deseja, todos já sabem) e, assim, se antecipar ao concorrente pode ser o diferencial
que catapultará a empresa
para o patamar mais alto
do mercado. Inovar é saber
o que o cliente irá querer
daqui a cinco minutos, um
mês ou um ano.
Assim, a informação
passa a ter um valor inestimável para as empresas
e, o mesmo cuidado que se
tem com o banco financeiro, se deve ter com o banco
de dados. Um roubo ou um
vazamento de informação
mesmo que sem intenção
pode significar o atraso ou
até o fim de uma empresa.
No caso de uma rede varejista, imagine o prejuízo
se, depois de preparar toda
uma campanha de marketing, descobrir que o principal
concorrente se antecipou e
preparou uma ação idêntica e ainda a apresentou ao
mercado primeiro.
É importante lembrar que
as informações podem ser
adquiridas não apenas dos
clientes das empresas, mas
também de funcionários, líderes e fornecedores, enfim,
todos os que de alguma forma
tenham interesse ou participam do processo.
Um funcionário, que está
lidando com o produto no
dia a dia, pode ter uma visão muito mais próxima
e real sobre este do que o
engenheiro que o projetou,
por exemplo. Ele pode determinar os pontos positivos e negativos do produto,
ajudando em uma possível
reestruturação do projeto ou
até na estratégia de marketing e venda. Um fornecedor
pode conhecer uma matéria
prima de melhor qualidade
para determinada funcionalidade, e assim por diante.
Portanto, o empreendedor deve estar sempre atento
e receptivo para a captação
de informações e, uma vez
adquirida, deve protegê-las
como um bem crucial para
o desenvolvimento, manutenção ou até sobrevivência
de sua empresa.
janeiro / fevereiro 2013
|37| Revista SESVESP