Revista Sesvesp Ed. 111 - janeiro / fevereiro 2013 | Page 22

ENTREVISTA INSS sobre a folha de pagamento e transformar em uma contribuição sobre a movimentação financeira, uma espécie de CPMF Previdenciária. Não estamos propondo criar um novo imposto, mas sim substituir um imposto pelo outro. Existe um imposto que é sobre a folha de pagamento, que seria substituído por um imposto de movimentação financeira com uma alíquota muito baixa, cerca de 0,85%. Assim, se consegue arrecadar o mesmo que está sendo obtido com a folha de pagamento. Essa era a proposta global, que não faz discriminação do setor nem discriminação de tipo de empresa. Inclusive esse benefício seria dado também para as empresas que estão no Simples, pois seria pago através de movimentação financeira. A proposta é genérica, todos pagariam. Aliás a proposta é baseada no artigo 195 da Constituição que diz que a Previdência tem que ser paga por toda a sociedade. O Governo não aceitou essa proposta ampla Revista SESVESP |22| janeiro / fevereiro 2013 porque achava que politicamente não tinha condição de aprovar; então, escolheu alguns setores que estavam precisando de incentivos. Só que essas são soluções muito ruins, porque não se cria uma estrutura fiscal definitiva, mas sim até uma insegurança jurídica. Para a indústria eles deram 1,5% e depois diminuíram para 1% do faturamento, e para o setor de serviço estava em 2,5% e passaram pra 2%. Quer dizer, estamos com o dobro da carga que a indústria tem em cima da folha de pagamento. Deveriam colocar todos iguais a 1%! Se nossa matéria prima é a mão-de-obra, é preciso respeitar isso, pois é o setor que está empregando no país! 75% dos empregos estão no setor de serviços. O único setor que definitivamente respondeu a esse beneficio foi o setor de TI, que foi beneficiado e aumentou o número de empregos, aumentou a massa salarial, todos os outros setores que foram beneficiados da indústria não geraram empregos. Fizemos esse levantamento e mostramos para o Governo que se eles incentivassem o setor de serviços atingiriam a finalidade de aumentar a oferta de empregos. Revista SESVESP - Por que a CNS esta defendendo a substituição da tributação da folha de pagamentos pela criação de uma CPMF com alíquota de 0,85%? Luigi Nese - É um imposto que é 100% arrecadado, não tem como sonegar, não tem como burlar, a inadimplência é nula, difícil sonegação, minimiza corrupção, melhora relacionamento empregado-empregador, reduz conflitos na Justiça do Trabalho, reduz custos de mão de obra e onera produtos importados que disputam o mercado interno, dentre outras. Revista SESVESP - A CNS está há quanto tempo em campanha pela desoneração da folha de pagamentos? Luigi Nese - Desde a criação; e, pessoalmente, estou nessa luta pelo setor de serviços há quase trinta anos. Primeiro criei o primeiro Sindicato de Informática do Brasil; depois participando junto à Federação do Comércio criamos o Departamento de Serviços, mas vimos que dentro da Federação do Comércio não tínhamos espaço e criamos a Federaçã